Agora, o filósofo Ghiraldelli, cismou de implicar com as
feministas radicais e das manias “porcas” que esse tipo de feminismo trata o
que elas acham ser a opressão com as mulheres. Eu concordo que esse tipo de
feminismo é um feminismo fascista, um feminismo que mais afasta do que atrai as
pessoas na causa, com atitudes porcas de pouca garantia de chamar atenção. Mas
o filósofo ainda não descobriu o que ele tem como a banalização da filosofia,
pois, mais banalização que trata a filosofia, nem o Olavo tem a maestria de
fazer. Vamos lá refutar alguns pontos do texto “A dificuldade de serinteligente e ser filósofo”, que já pelo título, nos faz olhar muitas coisas
além do que é.
Primeiro: o que é ser inteligente? Para dizer que as pessoas
têm uma dificuldade de ser inteligente, se presume que o filósofo tenha isso
bem claro dentro do que define como inteligência. Na verdade, inteligente é uma
pessoa sagaz e que imprime uma certa sagacidade perante outra, pois, a natureza
do ser humano é ser inteligente, mas existe o racional e o não racional, o que
tem bastante informação e entende a informação. A dificuldade de ser
inteligente é a dificuldade de ser sagaz, ter uma certa dificuldade de
assimilar o que Aristóteles (que se presume ele saiba essa máxima aristotélica
por ser um professor de filosofia), a uns dois mil e quinhentos anos, disse em
sua Metafisica (ta metá ta physiká), que o homem tem por natureza o desejo de
saber. Daí nesse ponto podemos dizer se a pessoa tem inteligência (sagacidade),
ou apenas, funciona no automático como um “papagaio”. Ora, se temos dificuldade
é porque algo nos impeça de sermos o que nos dificulta ser, mas ser inteligente
é a natureza humana, ele já existe por ser inteligente, a inteligência nos fez
homens por natureza construtores de nossa própria realidade. Só da pessoa
trabalhar, só da pessoa saber (lembra de Aristóteles?), onde fica seu trabalho,
só da pessoa ter uma família e ter uma certa estabilidade na vida (ter
consciência moral de ir atrás dos seus objetivos), já fazem uma pessoa
inteligente e sabe muito bem usar essa inteligência. Na minha visão, pelo
menos, a inteligência é ser estabilizado na vida, sem ficar com “aventuras”
desnecessárias, mas não acho que as outras pessoas que não são inteligentes por
isso, e sim, são iludidas por uma liberdade que mais escraviza elas do que
liberta elas. Como disse Sartre, somos presos nas nossas próprias escolhas, ou
seja, somos condenados a sermos livres.
Nesse ponto nós podemos perguntar: o que é ser filósofo? Se
você já tem um certo parâmetro de pessoa “inteligente”, então, você já
estabeleceu o seu critério de ser ou não inteligente. Ora, nessa visão ao meu
ver, “torta”, podemos estabelecer o parâmetro do que o sujeito tem como
inteligente e filósofo. Vamos além de Aristóteles e além dos cartesianos que
somos levados a inteligência, os animais têm a inteligência deles, o Pitoko
(que é o cachorro do caro filósofo) tem a inteligência dele, como a esposa do
filósofo tem a inteligência dela, como eu tenho a minha. Agora, o filósofo além
de ser inteligente e ter o conhecimento, ele é amigo da sabedoria porque quer
saber além daquele conhecimento. Para o filósofo não interessa só conhecer, o
filósofo tem que perguntar o “porquê” daquilo e o “porquê” aquilo existe. A
pergunta fica assim: o por que há dificuldade de ser inteligente? Por que as
outras pessoas têm dificuldades e eu não tenho em ser inteligente? O fenômeno
de já se incomodar que as outras pessoas não têm o seu critério de avaliação de
inteligência, já mostra que não entendeu a filosofia e seu proposito essencial.
Como ele não pode dar zero para o que ele acha que é a classe dele (o
Facebook), fica escrevendo bobagem inúmeras dentro do seu próprio critério.
Assim o filósofo escreveu na primeira linha: “A dificuldade de ser
inteligente é semelhante à dificuldade de ser filósofo. “. Então, espera aí, a dificuldade é ser
inteligente, logo, também a ser filósofo que é uma outra parte da inteligência.
Mas aí no centro da frase está o “semelhante” como o critério de ser
inteligente e também em ser filósofo, que também não faz sentido. Por que? Para
começar, como demonstrei, cada ser tem um parâmetro da própria natureza em ser
ou não inteligente e alcançar a amizade da sabedoria (phylosophós) e assim,
generalizar esse critério é, como ele mesmo diz, burrice. Num modo bem simples,
ser burro não é ser desprovido de inteligência, mas empacar em uma ideia solida
e como sigo a cartilha nietzschiana, não há verdades absolutas e nem fatos
eternos. Mas refutar não é burrice e sim, sinal de maior sagacidade dentro do
escopo filosófico. Dentro disso tudo, o filósofo Ghraldelli, tomou para si
mesmo um critério de inteligência de concordar ou não com ele, se você
concordar é inteligente, se não concordar, não é inteligente. A pergunta
deveria ser: por que há semelhança em ser inteligente e ser filósofo? Então
podemos dizer que Aristóteles estava errado e nem todos os homens são
inteligentes? Ora, impérios se ergueram e caíram, invenções foram criadas,
maravilhas foram descobertas e as pessoas hoje, usam redes sociais para se
expressarem e o homem tem dificuldade em ser inteligente? Me parece
contraditório, pelo menos, num primeiro momento. Sigamos.
Na sequência escreve o filósofo: “Ser filósofo é compartilhar de uma tradição narrativa
que busca fugir da história e do particular, mas ao mesmo tempo, quase que
paradoxalmente, investigar caso a caso. Isso gera uma tensão. Ser inteligente é
compreender a tensão e saber lidar com ela sem sufocá-la.”.
Ora, se o filósofo foge da história e do particular, como sendo algo o
que acredita ser a sua dúvida, então, Tales fugiu do histórico mitológico grego
de uma narrativa histórica e do seu particular para perguntar da onde tudo
surgiu ou foi uma visão histórica explicativa mitológica junto com sua agonia de
perguntar o “porquê”? O ponto dentro da filosofia é o “o que é isto” e não “o
que é este” e o caro filósofo, sendo um professor universitário, deveria saber.
Porque o “que é isto” demostrara uma universalidade da dúvida sendo que a dúvida
é a essência da universalidade do critério, tem nada de caso a caso, mas tem de
universalizar o “porquê” aquilo existe ou aquela situação acontece. Aí chegamos
num outro ponto, nós geramos tensão (encontro de opostos), quando essa tensão
possa existir entre esses opostos. Você dizer “sim” ou “não”, vai depender do
que o filósofo tem como opinião, dai, gera refutação da tese do que o outro
escreve ou diz e tem nada de tensão, você não está dizendo sim e ao mesmo
tempo, não. Você diz que o filósofo está equivocado e o inteligente, sabe, que
dentro de seus critérios de valores, existe aquilo que concorda e descorda. Por
outro lado, se o filósofo sabe que existe essa tensão, por que bloqueia e apaga
comentário que não são de concordância dentro das suas ideias? Por que não
gosta de um debate franco e direto? Então, essa tensão, como ele mesmo disse, é
sufocada.
Daí ele segue nas bobagens: “Como filósofo posso por no horizonte os
parâmetros da melhor cidade. Como
filósofo inteligente tenho, no entanto, de abandonar por um instante o modelo
geral e saber, sem preconceito, analisar caso a caso. Ceder ao detalhe, viver a
história – eis meu mandamento paradoxal. ”.
Primeiro: errou em não colocar o acento circunflexo do “pôr”, pois,
nesse caso esse “pôr” é uma ação de colocar e quando é assim, tem acento
circunflexo. Agora, o que tem a ver de colocar ou não parâmetro de melhor
cidade e quê cidade se refere? Daí ele escreve que como filósofo inteligente
(que na minha visão, ele já está dizendo que existem filósofos não muito
inteligentes), tem de abandonar por um instante a visão do modelo geral e sem
preconceito, analisar a situação caso a caso. Para começar não existe filósofo
inteligente ou não, existe filósofo que tem uma visão e outro que tem uma outra
visão, coisa que o filósofo Ghiradelli erra e feio, graças ao seu critério em
ser ou não inteligente. Depois, a partir quando você vai analisar o feminismo,
por exemplo, você analisa a partir de um modo geral o feminismo como tal.
Quando essa analise chega no radical e o ponderado, aí não é caso a caso, é uma
visão de dois pontos que se convergem, mas não sai do feminismo, sai da
proposta geral do feminismo em si mesmo. Se a feminista defeca na Avenida
Paulista ou coloca o crucifixo no “lóló” na frente da igreja é uma outra visão
de feminismo, mas não deixa de vir de um modo geral do feminismo, que já disse
no começo do texto, não concordo, mas é feminismo. Ainda escreve (vou colocar a
frase para não restar duvida): “Ceder ao detalhe, viver a história – eis meu
mandamento paradoxal. ”. Ceder é deixar os detalhes de lado e viver a história
ao ponto de participar da própria história. Ora, se no outro parágrafo ele
disse que um filósofo tem que “fugir da história”, como ele pode viver a
história? É contraditório isso, pois, ou você foge de alguma coisa ou se vive
essa mesma coisa.
Aí o filósofo segue: “O feminismo atual elege um determinado tipo de
mulher, e a partir daí tudo que esse tipo faz é o que a feminista diz que é
correto. A filosofia e a inteligência mandam fazer diferente. ”
Ué, o filósofo Ghiraldelli, não nos disse que devemos fugir da
banalidade do que é banal e analisar além da história? Primeiro, não existe
feminismo atual, o que existe é o feminismo radical e o verdadeiro feminismo
que luta contra a violência da mulher, luta contra a desigualdade e a submissão
até sexual das mulheres, isso é fascismo feminista. Eu diria que esse tipo de
feminismo é o extremo-feminismo que joga no lixo toda a luta da mulher para
tomar seu espaço, mas não existe um feminismo atual. E mais uma vez, o filósofo
tenta impor o que é ser filósofo e o que é ser inteligente que só cabe dentro
do critério do próprio Ghiraldelli. Prova disso é uma frase antes desse
parágrafo: “Dou um exemplo a partir do pensamento torto do feminismo atual. ”.
Sigamos.
Ele escreve ainda mais: “Posso analisar a gestão da Erundina na cidade
de São Paulo e ver que, entre tantas coisas boas feitas naquele período, uma
delas foi a gestão da Cultura pela Marilena Chauí e a gestão de Educação feira
pelo Mário Sérgio Cortela. Posso analisar o trabalho da Erundina na Câmara e
achar excelente, mas tenho, ao mesmo tempo, que vê-la tão equivocada quanto
Marilena Chauí no dito de que o Impeachment de Dilma é golpe. Nessa hora,
prefiro mil vezes outra mulher: Janaína Paschoal. ”
É risível um sujeito que se diz filósofo e se diz inteligente achar que
está fazendo uma baita analise. O fato da Erundina ser contra ou não do
impeachment, não invalida a sua conduta e não esconde da sua “cagada” que foi a
sua gestão. Tinha tudo para implantar as vans para deficientes, não implantou
ônibus adaptado, não implantou calçadas acessibilidade, não implantou uma
política de escola acessível e se dizia aberta e lutando pelas melhorias. Se é
para pegar caso a caso, pegamos caso a caso e não só uma parcela da gestão como
a educação e cultura. Ora, para começar a analise eu sou bastante categórico com
posturas daquilo que se escolhe ser, na minha humilde opinião, se um sujeito
entra na universidade deve deixar fora todo senso comum que aprendeu antes. A Dra
Janaina Paschoal, como uma professora e como uma jurista, tem um discurso muito
senso comum e lhe falta estudar para realmente ter uma visão de comunismo, uma visão
de Foro de São Paulo, pois, ler Olavo de Carvalho só não vale. Mas, por ela ter
feito documento que abriu o processo contra uma presidente (presidenta não existe),
aí sim, podemos ver que é uma grande jurista e merece credito. Ainda assim o filósofo
Ghiraldelli erra, pois, essa discussão não tem nada a ver com feminismo, mas
talvez, ética e moral. Quando a discussão parte para o sexismo, já é outra
coisa.
Sigamos: “Que se atente para isso: Hannah Arendt é talvez a principal
filósofo do século XX em termos de filosofia social e política e nunca escreveu
nada sobre feminismo e gênero. ”
Primeiro: a Hannah Arendt não é filósofo, mas filosofa, porque tem que
concordar com o gênero correspondido. Senão, segundo a nova resolução da quebra
da “ditadura do gênero”, vamos começar a ser chamados de “filosofx” (lembrando
que tenho diploma de filosofia, viu?). O fato dela ser uma pessoa acima dessas
lutas de gênero, não faz dela não parecer preocupada com as minorias que são alienadas.
Talvez, não sei, o filósofo Ghiraldelli (o inteligente) não conheça esse texto
dela que mostra ela num modo majestoso, como somos escravos de si mesmo: “A
suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e
importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável
da dignidade humana. (...) Só os vulgares consentirão em atribuir a sua
dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência serão «escravos e
prisioneiros» das suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo
mais que mera vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão
ou mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem. ” (Hannah Arendt, in 'A
Condição Humana). Se o filósofo e inteligente, ler a minha refutação, ele
presta bastante atenção nisso.
Nos últimos parágrafos responderei em colchetes dentro dos próprios para
refutar linha por linha.
“Posso, assim, analisar caso a caso a partir de dados concretos, que
pesquisei, que vi de perto, que chequei não por informação da imprensa somente.
” [Segundo sua visão, um filósofo tem que
fazer milhares de pesquisas. Ora, o filósofo deve ter um raciocínio mais do que
rápido, pois olhou ela já tem texto novo] “Sou filósofo, tenho de ser
inteligente, tenho de pagar o preço da análise e escapar do preconceito. ” [ Só que o filósofo tem um baita preconceito
quando vai contra o que acha ser uma verdade absoluta] “Ao mesmo tempo,
indo ao caso a caso, ainda assim posso manter no horizonte um modelo que busca
escapar da história. Sei, no entanto, que também esse modelo irá mudar. ” [ Até agora não vi o filósofo analisar caso a
caso, acho eu que o caso a caso dele só ele está vendo ] “O caso a caso o
fará mudar. A história corromperá a filosofia para o seu bem. ” [ Filosofia nunca analisou nada caso a caso,
pois, a única que tentou foi a cartesiana e olha que escorregou na natureza do próprio
homem de ser um ser que pensa e um ser que sente].
“É difícil ensinar isso ao estudante dogmático, que busca se fixar em um
ponto e seguir a manada, sem sua própria investigação, sem policiamento de seus
preconceitos. ” [Essa frase prova que
trata o Facebook como uma sala de aula, e vamos ser diretos, aluno assim não pesquisa
nada e sim se enrosca dentro de alguma ideologia, ponto, o resto é papo furado]
“Há pessoas que tendem à burrice naturalmente. ” [Inclusive, aquelas que bloqueiam e apagam comentários e não querem
debater, pois, isso é a maior burrice] “Não são capazes de analisar a
mulher Erundina e a mulher Janaína segundo atos, discursos e afetos, julgam-nas
antes. ” [Desculpe, mas essa linha é risível,
porque o filósofo não conseguiu nem analisar o caso da Milena Teixeira e a
Marcela Temer e vem dizer que as pessoas não sabem analisar a Erundina e a
Janaina] “E por mais que você ajude na análise do caso a caso, sempre
haverá o estudante tendente à burrice que irá optar por um modelo fechado, um tipo.
”[ ué, o Ghiraldelli não disse que tem
que ser filósofo e inteligente para analisar a questão? Pelo que eu sei, isso é
um modelo fechado] “A burrice é uma cicatriz, ela fixa um só caminho de
pensamento com a cicatriz fixa um gesto. ” [Não
é a burrice que é igual uma cicatriz, mas o pensamento que sempre temos razão e
somos o “suprassumo” do pensamento do nosso povo. ]
Depois disso ainda, quer achar que sabe filosofia?