Quando eu digo que o problema do Brasil é a educação,
poderíamos ampliar o debate toda a América latina, mas não cabe nesse aqui,
estou dizendo uma coisa séria e que deveria ser enxergada muito mais a fundo.
Há um print do twitter do pastor Marco Feliciano que circula dentro da internet
que ele escreve “6) O auto índice de analfabetos funcionais, o colapso da
saúde, o emburrecimento escolar e a idiotização das mídias sociais...”, que já
prova o índice que há de analfabeto quando um deputado e pastor escreve “auto”
no lugar de “alto”. Em primeiro lugar, não existem “auto índice” porque não é
um instante índice de analfabeto e sim, um “alto índice” que quer dizer um caso
de elevação do índice de analfabeto dentro do pais. Inclusive, o nobre deputado
e pastor, errou em um erro primário de português, onde deveria zelar e procurar
mais esse tipo de gramatica dentro do que ele faz e fazia. Aliás, eu sempre
achei a Bíblia (não vou entrar no mérito do conteúdo), o livro mais culto e
deveria ser lido na escola não como um livro religioso, mas uma boa doze de um
português muito bom e culto, que vai dar a base perfeita a uma boa escrita.
Depois o nobre deputado comete outro erro, o “alto” índice
de analfabeto funcional poderia ser inserido dentro do emburrecimento escolar,
porque ele é ensinado dentro da escola. Não se ensina mais as crianças lerem
Machado de Assis, por exemplo, do jeito que se deve ler e sim, rescrever
Machado de Assis para o dia de hoje acomodando a criança a não entender aquilo
que é a nossa língua portuguesa e fica igual o nosso deputado pastor e milhares
de pastores por aí, que não sabem ler a bíblia como se deve ler, interpretar
como se deve interpretar e fica essa “lambança” de confundi alhos com bugalhos.
Ora, o problema das redes sociais não são as pessoas que serem “analfabetos
funcionais” e sim, as pessoas quererem sempre dar opinião daquilo que não
estudaram, daquilo que só sabem porque ouviram o outro (o que Kant vai colocar
como tutor moral), dizer que é certo e vai te trazer milhões de coisas que na
essência, não passam de ilusão.
Por outro lado, é muito estranho o pastor dizer isso porque
ele coloca até a função de pastor como prova disso, quando diz aos jovens da
igreja dele que tal livro é do “demônio”, que tal programa é do “demônio”, que não
se pode ouvir ou ler coisas diferentes. Analfabeto funcional se faz, também, não
só por uma escola que não ensina (que ele, como deputado, deveria de zelar por
uma educação de qualidade), mas por uma igreja que ao invés de religar as
pessoas ao divino (to therion), ficam dizendo e propagando o “demônio”. Depois,
analfabeto funcional, é uma colocação muito mais posta por intelectuais que não
sabem que eles próprios são analfabeto funcionais. Um analfabeto funcional é
aquele que ler e não consegue entender, ou seja, entende dentro do
analfabetismo que está inserido. Só numa educação verdadeira, sem ideologização,
sem religiosidade e fazer as crianças entenderem o que é realidade – pois eram
isso que os romanos faziam quando usavam o termo “educare”, o entendimento da
realidade e dos costumes (mos/more), que por sua vez veio do grego “paideia” – construiremos
cidadão melhores e mais aptos de discuti a política, de discuti as religiões e
escolher melhor sua vida e o caminho que queira seguir. Mas antes disso, se tem
que dar melhor alfabetização, melhor ensino em matérias básicas (como matemática
e português), das a crianças noções críticas e sociais (filosofia e sociologia),
daí construiremos cidadãos que saibam o que estão fazendo, saibam o que estão votando,
saibam a religião que estão seguindo e saibam quem são. Por que sabemos quem
somos? Sabemos quem seguimos ou quem é quem apoiamos? Não, não sabemos.
Estudar gramática parece uma coisa de escrever e falar
direito, mas não é bem assim, pois você ler e entender a parte léxica (os
significados das palavras) é o mais importante do que dar o seu significado,
porque fica uma coisa vazia, pobre. Para
começar a essência da própria palavra gramática está a essência do ensino, pois
gramática vem do grego clássico “gramatikon” que quer dizer alfabetizado,
escrever, escrita, e você sabendo os símbolos da escrita e o significado das
palavras, fica muito mais fácil entender a realidade e isso já é uma discussão da
fenomenologia e uma discussão dos filósofos contemporâneos que colocam que só há
um entendimento, quando irmos dentro do significado léxico de cada termo. Mas quando
fazemos um exercício de memorização dentro do modo da escrita, sempre estamos
fazendo o modo de escrever e decorar e memorizar o formato de cada palavra. Não
é à toa, que a professora dos primeiros anos de escola te faz aprender o “u”
com associação de “uva”, pois há uma ressonância que faz lembrar o “u” com a “uva”.
Como outras associações, porque somos animais que associamos as coisas que estão
inseridos a nossa realidade, porque assim, somos o que dissemos. Será mesmo que
Wittgenstein está certo, que nossa realidade é cabe na nossa gramática? Por que
sabemos que uma maçã é vermelha e que essa fruta, é específica, a maçã?
Um exemplo claro é como se comportamos conosco mesmo, quem
somos, porque ouvimos tal música, ou, seguimos tal religião. Eu, por exemplo,
gosto muito de metal e das variações do heavy metal – como gosto de outras variações
dentro do rock – que são muitas, não há uma só variação dentro do heavy metal. Mas
eu li toda a história do heavy metal para entender o porquê surgiu o estilo
musical, aprendi um pouco inglês para entender das letras, estudei um pouco as
notas musicais para entender as sonoridades das bandas, pois assim, você entende
aquele mundo que escolheu para seguir. O mesmo aconteceu na parte religiosa, eu
li muita coisa dentro da religião e simpatizo muito com o espiritismo e budismo
(verdadeiros), porque estudei a sua história, entendi toda a doutrina dentro
das duas que me atraem. Até mesmo a religião que o pastor deputado professa, eu
li bastante, porque minha noiva segue essa religião e eu me interessei em saber
o que eles pregam, ensinam, e posso garantir, não é nem um terço o que o senhor
diz junto com o pastor Malafaia. As pessoas disseram que errava muito na
escrita e como escritor e agora, filósofo, isso é inadmissível e tenho que
melhorar minha escrita. Comecei a estudar a gramática, comecei a prestar atenção
na escrita, comecei a olhar onde está a virgula. É o mínimo que uma pessoa pode
fazer, mesmo o porquê, somos escritores, somos pensadores e todos vão nos ler e
aprender conosco.
A essência da realidade e de uma moral pura e genuína não é
achar que sabe alguma coisa, mas aceitar que não sabe e nessa mesma aceitação que
não sabe tudo, nós aprendemos, pois, aprender é reter o conhecimento em algo,
entender as coisas. Quando Jesus o Cristo, disse que a verdade nos libertaria,
ele quis dizer que a verdadeira realidade se abre quando entendemos ela e entender
ela (a realidade), é entender os termos que conhecemos para designar essa
realidade que é puro fruto da nossa linguagem. Os vários mitos gregos, romanos,
germânicos, nórdicos, celtas e etc, estão ai para provar como a realidade é
feita do valor que damos aquele termo. Então, quando o senhor pastor disser
sobre os “altos índices de analfabetos funcionais”, deveríamos entender o
quanto a sua própria religião os fizeram também e revisar sua gramática.,
Amauri Nolasco Sanches Jr, 40, escritor e filósofo.
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