quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A não democratização da inclusão



Resultado de imagem para cadeira de rodas acorrentada


Com essa história da passagem da tocha paralimpíca pela cidade de São Paulo nos colocou uma questão interessante a ser questionada: será que a inclusão social da nossa condição de deficientes (não tenho o menor problema de me chamar assim), é realmente democrática? Que o próprio segmento de PCDs não é, estamos “carecas” de saber, pois, para termos um certo “sucesso” ou ser amigo da “tchuma”, devemos sempre não dizer a verdade e ser da esquerda militante. Mas que há um além disso – mesmo o porquê, devemos respirar de vez em quando – que me faz pensar que ainda somos um país que se você não pensa o que a maioria pensa, você dança e é isolado. Mas minha preocupação aqui é totalmente moral.

Moral no sentido de ter um certo caráter, ter a convicção até mesmo para tomar decisões difíceis como a da paratleta belga que resolveu morrer para acabar com seu sofrimento que até, para isso, temos que ter uma certa coragem. Coisa que muita gente não tem, ou tem mas existem certos interesses que não podem ser contrariados. Vamos ser honestos, o segmento faz isso 24 horas por dia e damos o aval de certas “palhaçadas” que não deveria acontecer. Você acha certo um evento da tocha Paralimpíca, aqui em São Paulo, passar por entidades que nada tem a ver com a inclusão das pessoas com deficiência? Só são relevantes dentro da reabilitação – a AACD male, male – e isso pode alimentar uma imagem de um estereotipo que só somos alguma coisa, se pertencemos a esse tipo de “nicho” social. Aliás, para serviços públicos, pelo menos aqui em São Paulo, só existem duas instituições representativas das pessoas com deficiência: o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e entidade AACD.

O Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência aqui da cidade de São Paulo, não representa nada dês de quando o prefeito Haddad tomou cargo. Quem disser diferente é um mentiroso. Mentiroso no mesmo sentindo do que aquela música do Legião Urbana: “mentir para si mesmo, é sempre a pior mentira”. Sim, achar que um conselho pode representar um segmento que não faz nada para isso é querer convencer que baleias são leves, que os botos não são rosas e ainda, que o conselho não é palco de grandes propagandas políticas. Eu participei e sei que o conselho nada representa a não ser interesses acima do que realmente deveria fazer, defender veemente as pessoas com deficiências e nada mais. A AACD nem preciso dizer nada, pois, tudo que eu acho da “pomposa” entidade eu já postei nos inúmeros blogs que ao longo dos meus anos na rede, eu tive oportunidade de ter. Muito papo furado e pouco tratamento. Como um publicitário, o Teleton tem milhares de erros que poderia enumerar aqui, mas não estou com vontade.

Meu alvo é outro. Não que a AACD não mereça a minha atenção, mas cansei de querer acordar pessoas canalhas a quererem ver aquilo que não vê porque fica achando que bajulando entidades, o tratamento vai ser Vip. Como disse lá em cima, a questão que quero me ater é moral, moral e ética, pois, tem muito a ver com o costume verdadeiro e o caráter convicto. O caráter convicto é aquilo que na essência, vai medir o que realmente você é, o que realmente o que você acredita e o que você acha de alguma coisa muito além de pequenas ideologias. Serviços de transporte deveria ser medido por ideologias? Não. Principalmente, quando se trata de um serviço especial de vans que aqui em São Paulo, se chama ATENDE. Mas não é isso que acontece quando nos deparamos com a responsabilidade de levar pessoas com deficiência no trabalho, no tratamento, nos estudos e no evento. Mas, ao que parece, o gerente geral (não vou colocar o nome, pois, meu blog não merece), esqueceu.

Acontece que a questão é sim ideológica e tem a ver com os dois hipotéticos representantes das pessoas com deficiência. Por que não irão atender muitos movimentos no dia 4 de setembro? Por causa da tocha paralimpíca? Não. Não vão atender por causa de coisas muito além do que mera tocha paralimpíca, que é a questão moral do caso, como disse acima. Aí entramos no âmbito ético e na ética ou você tem caráter de assumir uma posição de igualdade, ou você não é uma pessoa ética. A ética e muito menos a moral, nunca tiveram um ar relativista e nunca terão, pois, ou você sustenta um modo de agir e um caráter verdadeiro, ou você é um verdadeiro canalha e não estou falando só do serviço ATENDE, estou sim, me estendendo a prefeitura que colocam esse tipo de gente num serviço desses. Uma hora diz que vai atender e no outro diz que tem o direito de recusar o pedido, simplesmente, dando mais ênfase a entidades que nada fazem pela inclusão como a AACD e outras. O que uma F1 vai trazer de inclusão que todas as vans irão para lá? O que vai trazer o Teleton de acessibilidade que todas as vans irão para lá? Fora que as melhores ficam sempre na zona sul, zona oeste ou vão para tais eventos “importantes”.


A questão nem é as entidades, na pratica, o serviço deveria abranger a TODOS, não é isso que acontece. Sempre quando tem muitos eventos, o serviço tem sempre recusado nosso pedido que, pelo que podemos analisar, são escolhidas a dedo os movimentos atendidos para os eventos. Quem realmente tem a permissão de usar o serviço? Quais os eventos que realmente, tem a permissão de ser priorizados no serviço? Há muitos mistérios políticos, mas não há mistério maior de onde veio que a inclusão aqui no Brasil, é democrática. 

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