segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O que te faz feliz?



uma placa na estrada dizendo "felicidade" e uma flecha apontando pra frente (crédito: Google)









Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Vários filósofos trataram da felicidade, aliás, a própria filosofia nasceu dentro da procura da verdade e felicidade. Na Grécia clássica, a felicidade (eudaimonia) era uma “coisa” que só era dada aos que sabiam como viver em sociedade. Mas Sócrates de Atenas – aquele que disse que sei que nada sei – depois que o Oráculo de Delfos, que era o oráculo ao deus Apollo, disse a ele que era o ser mais sábio de toda Grécia (Hellas); começou a procurar um homem muito mais sábio. Com sua maiêutica – arte de perguntas para obter respostas – ele fazia o “parto” das ideias, já que dizia que fazia como sua mãe que era parteira, e nesse intuito queria achar o homem muito mais inteligente do que ele. Com isso, incomodou muita gente e foi condenado a se suicidar tomando cicuta (veneno mortal). Mas o nome dele ficou para a história e o do seu acusador, esquecido; que mostra que homens inescrupulosos e corruptos não são tão inteligentes e sábios assim, pois, se fossem saberiam que quem é condenado injustamente sempre são lembrados e os acusadores, esquecidos.

Mas, voltamos a felicidade. A verdade assim como a felicidade, estão ligadas uma as outras com afinidade entre conhecer a si mesmo e conhecer ao mundo que o cerca. Verdade vem do latim veritas que quer dizer “realidade”, pois a realidade nem sempre é aquilo que nos cercam e graças ao tempo (o tempo é uma sucessão de contínuos (fatos), que mudam conforme nossas escolhas), vamos modificando a realidade e as verdades não são eternas. No tempo de Sócrates se acreditavam em vários deuses, hoje se acredita em um só Deus que veio dos judeus (Jesus era judeu).  A questão socrática é a mesma da questão da frase délfica: ““Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo. ”, pois tem a ver o que o próprio Jesus (Yeshua) disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. ”. Quando conhecemos a nossa própria natureza não podemos ser felizes? Será que a realidade está no notebook que estou escrevendo esse texto? Na verdade, tudo é uma questão de linguagem e se essa linguagem for bem entendida e esclarece muito mais do que confunde, podemos chegar a uma conclusão satisfatória dentro da nossa vida. Esse texto que estou escrevendo no meu notebook dentro do sistema operacional Windows 10, no Word 2016, é processado dentro de vários códigos que o computador entende. Eu estou vendo as letras, mas por traz disso tudo há um monte de código.

O que você acha que existe por traz dessa realidade? Será que a felicidade está relacionada ao que pensamento ser a verdade? A frase do oráculo é uma frase que diz tudo, se você conhecer a si mesmo, conhecerá os deuses e o universo. O que são esses deuses? Tem uma frase de Tales de Mileto que dizia: “tudo está cheio de deuses” que nós podemos até mesmo, ir mais longe para explicar o que seria “deuses”. Na Grécia Clássica, os deuses olímpicos (porque era no Monte Olimpos que ficava a morada dos deuses e em honra a eles, eram feitos os jogos olímpicos), eram modos de entender a realidade que cercavam os gregos e demos o nome de mito, pois, mitos eram muito mais do que meras crenças. O ser humano sempre acreditou em seres muito mais superiores do que o ser humano é – não é à toa que hoje, os mitos ufológicos positivistas (acreditam em mitos científicos), acreditam que possam haver raças extraterrestres muito mais superiores do que nós – então, inventam teorias como se houvessem esses seres. Talvez sim, por que não? Talvez não, por que sim? O problema somos nós. Sócrates tomou cicuta porque sabia das suas convicções – que existiria vida além dessa – e acreditou na ética de seguir o certo e as leis, mesmo quando não se concorda com elas. Destruímos aquilo que a milhares de anos vem nos acompanhando dentro da sociedade, a convicção daquilo que somos sem deixar de ser realistas, mas as pessoas ainda confundem as coisas.

Uma das coisas que eu acho, particularmente, é que muito poucas pessoas aceitam e sabem o que é a felicidade. Como se diz por aí hoje em dia na filosofia, felicidade não deveria ser usada tão indiscriminadamente ao ponto de sempre achar que somos felizes. A felicidade não é um carro bom na garagem, não é um bom emprego ou qualquer coisa, isso é consequência, ser feliz é viver daquilo que se gosta e aquilo que você é. Sócrates bebeu cicuta não por ele ser um “Caxias” como se diz, ele era aquilo que falava, aquilo que acreditava que a sociedade deveria ser e sabia da ética que era “ethos”. O termo grego, naquele tempo, pelo menos, não era a ética que temos agora, mas era algo muito mais profundo do que acreditar em atos, era ser o próprio ato em si mesmo. A morte para Sócrates não existia, como também, disse que uma vida muito bem examinada era uma vida bem vivida. Examinando tudo que vivemos, enxergamos, ouvimos ou lemos? Não, certamente. Perdemos muito tempo achando que as pessoas devem dar essa felicidade, mas somos felizes daquilo que somos e aquilo que devemos seguir, nossa ética de não fazer com os outros o que não queremos que façam conosco. Os políticos esqueceram disso, todos nós esquecemos.

Ser realista não é se apegar ao material, é sempre se apegar a essência para se consegui o que você mais quer na vida que é o que você mais é. Ser feliz é ser e não ter.


Não esqueçam de curtir o post para ajudar quem precisa, até o dia 21:
 

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