terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O Psicologismo ghiraldelliano




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Quando comecei a ler filosofia, sempre achei que a filosofia dava ao ser humano uma imensa vontade de pensar, questionar e até discuti de forma que possamos achar um caminho comum. Reles engano. O mundo filosófico brasileiro é um amontoado de senso comum, cheio de sentimentalismo, cheio de achar que só porque um deu certo, todos têm que dar certo. Muitas vezes, ou quase sempre, isso não é verdade. Seja no mundo literário ou seja num mundo filosófico, quem não se adapta seus escritos dentro do senso comum, não vende e não adianta se espernear. Seja em qualquer área, se você não bajula a grande elite econômica e intelectual, você não vende livros, você não faz palestras, você não tem nem visualização nos vídeos do You Tube e não adianta se espernear. Só ler Sigmun Baumam ou Umberto Eco, com sua frase lapidar que a internet deu voz aos idiotas, para entender o que estou falando. Na verdade, o Brasil como nação, nunca teve um plano de modernização de verdade, fizeram alguma coisa só para atrair investimento (que muitas vezes, foi parar no bolso de algum político), mas para melhorar o bem-estar humano, não teve.

Nesse contexto de modernização ou não, temos a concepção católica que o dinheiro e o sucesso é errado porque é pecado (como cultura está muito arreigada como status quo, como metido e etc), está que devemos respeitar o ESTADO, porque temos um contrato com o mesmo. Só que nem sempre somos éticos de obedecer algumas leis por beneficiar algumas atitudes, nem sempre somos morais o bastante de seguir as crenças que acreditamos, porque a nossa cultura sempre foi a cultura no “jeitinho” e na filosofia e na academia, não é diferente. Daí vimos filósofos acharem ser detectores da verdade, mas dês do início, a filosofia buscou aquilo que ela sempre teve amor, a sabedoria. A verdade não se encontra em logísticas, não se encontra em estatísticas, não se encontra em números que só fazem mostrar que somos coisificados pelo sistema. Se alguns filósofos são mediáticos (que estão sempre na mídia), devemos dar graças a Deus (num modo de linguagem antes que ateus venham encher o saco) que alguma filosofia entra dentro da mídia e devemos melhorar ainda mais o debate filosófico dentro do Brasil. Como há críticas também no campo cientifico com os divulgadores científicos lá fora, como também lá fora há divulgadores da filosofia, ter uma linguagem acessível, não quer dizer que não seja nem ciência e nem filosofia. Daí entra a minha crítica da crítica do professor Paulo Ghiraldelli Jr.

No texto dele: “Novamente o psicologismo – um cocô perigoso! ”, o professor Ghiraldelli, faz duras críticas aos filósofos midiáticos. Primeiro, o professor Ghiraldelli, se diz um filósofo pragmático da escola de Rorty, que foi seu amigo. A escola do pragmatismo foi iniciada por filósofos norte-americanos que concordam com o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), que todo conceito tem que ter uma experiência. Então, para o modo de ver do Ghiraldelli, todo pensamento tem que tem uma experiência concreta como uma experiência pratica daquilo que se pensa; ou seja, se um Pondé não fazer o que ele fala, para o pragmatismo, não é coerente. Num modo muito simples para todos entenderem, um filósofo pragmatista, acredita que não há verdades e nem ideias absolutas (Nietzsche tinha um pouco de pragmatismo) e que toda ideia ou verdade, pode mudar a partir de uma ação no qual tenha coerência dentro daquilo que eles chamam real. A realidade são ideias que se transformam em ação e essa ação é uma verdade, é a sua verdade. Então, para o pragmatista, no caso o professor Ghiraldelli, um filósofo midiático dizer que o indivíduo não respeita o outro, é uma visão dele e não a verdade como realidade, porque é uma visão sociocultural do próprio filósofo midiático. Daí entra o psicologismo que tanto o professor Ghiraldelli insiste em colocar no discurso dos filósofos midiático.

O psicologismo é pura e simples, fazer com que a realidade e os fatos que acontece nessa realidade, terem uma explicação simples. Se um caminhão fechou meu carro, eu ponho a culpa no motorista do caminhão e acho que estou certo, assim, eu xingo o motorista. Na filosofia lógica - principalmente, a Fenomenologia de Husserl – vai dizer que há várias razões para acontecer a fechada, como eu ter cortado o caminhão pela direita, o caminhão não viu meu carro, o motorista do caminhão xingou primeiro e infinitas variáveis possíveis. Não quer dizer que eu xingar o motorista do caminhão faça todo povo brasileiro ser mal-educado o bastante para isso, mas pode ser que isso possa ser uma variável entre muitas variáveis, e não, uma constante. Isso eu concordo com o professor Ghiraldelli, pois, generalizar um povo inteiro por causa de um ato de alguns, não fazem todos serem assim. Mas, no mesmo modo que as vezes, o professor Karnal generaliza, o professor Ghiraldelli também generaliza que tudo que os filósofos mediáticos dizem é psicologismo. Vamos analisar algumas partes do texto do professor Ghiraldelli.

Assim o professor Ghiraldelli escreve:

“Um rapaz faz uma chacina em Campinas, no ano novo, e o palestrante sabichão resolve tudo dizendo que era um “infeliz no amor” e “recalcado” etc.”

O professor Ghiraldelli não disse aonde e nem o porquê o filósofo mediático disse isso, fica difícil saber o contexto, que dentro da filosofia é muito importante. Se for no Jornal da Cultura, foi uma opinião dele e não uma análise filosófica, mesmo o porquê, analises filosóficas não fazem a menor diferença nesse caso. Por que? Tinha que ser umas duas horas de programa só para analisar o contexto ético, histórico familiar, estatística da proporção de fazer isso e etc. O professor Ghiraldelli sabe, porque viveu e conheceu Paulo Freire, que a escola no Brasil e um empreendimento fracassado por políticos sem ética, então, não dá para filosofar em um Jornal Da Cultura.

 “De onde veio o psicologismo? Claro, veio da entrada do “eu” no mundo moderno, o crescente individualismo liberal, e as aventuras da “subjetivação do mundo”.”

De onde o caro professor tirou isso? O “eu” como indivíduo autônomo começa na Grécia Clássica, lá com Sócrates na enigmática frase: “Conheça-te a ti mesmo”, pois, o homem é um ser único e subjetivo. Ele sente o que ele aprende como ser absoluto, enquanto conhecer a si mesmo, assim, de Platão a Descartes, o homem é um ser autônomo em atos. Se eu quero beijar a minha noiva, eu tenho o sentimento, tenho à vontade, tenho o ato e tenho a única coisa que fara acontecer, o amor e consentimento dela. Ou seja, é uma escolha dos dois, mas cada um enxerga num modo único. O que os liberais fizeram (principalmente, Mill), foi pegar essa subjetivação para melhor analisar a mão de obra trabalhadora, que posteriormente, se torna a maior arma para a alienação de uma liberdade ilusória.

“Vou dar um exemplo simples, envolvendo séculos, a respeito do psicologismo. Vejamos os deuses gregos. Todos eles eram objetivos. Expunham-se como entes, desenvolvendo paixões, habilidades, idiossincrasias. Com a entrada do homem como sendo o centro do universo, todos os deuses desapareceram em função do Deus único, mas de um modo especial. Este, então, tornou-se objetivo na medida que subjetivo, encontrável dentro do homem, como disse Agostinho. Mas encontrável como uma única força. Os outros deuses também se internalizaram, mas assim ser fizeram deixando de serem deuses e se tornando sentimentos, estados da alma e, depois, estados mentais. Quando a grande mídia entrou na jogada, pegou esse mundo já andando, mas logo viu que as melhores colunas dos jornais, as mais lidas, eram dos escritores que falavam sobre sentimentos, na banalização deles. O romantismo banalizado virou rei.”

Os sentimentos não foram criados assim, os sentimentos já existiam e os deuses já eram explicações desses sentimentos. O Deus judaico-cristão – precisaria de um texto só explicando isso – foi trazido pelos cristãos e oficializado por Constantino I. O pragmatismo, no qual o professor faz parte, vai dizer que as verdades mudam e se acreditamos – nós como ocidentais greco-romanos – em deuses um dia, mudamos de ideia quando a cultura ocidental mudou de desses para um Deus. Deus como um ser supremo que reina no universo, superou a ideia dos deuses por ser mais consistente, muito mais distante e muito mais amedrontador. Nisso eu concordo, mas a mídia não romantizou nada disso, ela desromantizou tudo em nome do mercado, não em nome de uma banalização da cultura. Ou seja, é muito mais uma coisificação do ser humano do que, uma romanização barata, porque promove uma verdade entre o amor e o sexo que não é verdade. Trocando em termos melhores, ela propaga a promiscuidade por causa de duas coisas: por causa da massa que precisa de prazer para trabalhar 
melhor e para alienar o ser humano que não há remédio mais eficaz para a satisfação, do que o prazer.
 
“Foi fácil trazer isso para a TV e, agora, para a mídia produzida por todos nós. Dos programas das manhãs e tardes até o BBB, passando às vezes até pelo jornalismo político, tudo é um festival de amorzinho, odiozinho, raivinha, frutrastaçãozinha, ressentimentozinho, invejinha e coisas do tipo.”

Em partes eu concordo com o professor Ghiraldelli, quando ele diz que tudo foi reduzido ao sentimentalismo. Você dizer que alguém sente ódio porque “tem inveja” do outro, não é uma explicação tão razoável como possa parecer. Mas o professor Ghiraldelli esqueceu de mencionar os “burros” e “você não sabe ler” nessa sua explanação daquilo que ele chama de psicologismo. A questão é: devemos mesmo reduzir uma atitude humana em um sentimento? Às vezes, não vejo como uma pessoa ter ódio da outra por inveja, ou não vejo que uma pessoa possa amar a outra por causa da beleza, porque cada pessoa é uma pessoa, cada um tem seus valores e sua cultura. Os ressentidos – no mesmo viés de Nietzsche – são aqueles que não conseguem ver a si mesmo o mesmo potencial que o outro teve para se erguer, por isso, quando você olha para o abismo, o abismo olha para você. O limite da sua própria dor é o limiar da sua ascensão (poxa, essa foi maravilhosa, heim?). Quando enxergamos isso, enxergamos que o outro sente ódio porque não gosta de tal indivíduo, ou o indivíduo fez algo para ele, tem um histórico bem grande. Daí o professor Ghiraldelli continua:

O infeliz que ver o outro infeliz – eis a regra de ouro vomitada pelos palestrantes e midiagogos. Ela é a chave para explicarmos tudo. Vendo isso, a população de pouca escola diz: nossa, eu disse que era isso, que era inveja, e ele, meu mestre, também disse! A inveja explica tudo! Se você se sai mal num feito, foi inveja do outro. Se você critica alguém, você é o invejoso. Nada mais existe senão estados mentais banalizados. Procurando “ibope”, a mídia acabou virando seu espelho.

Daí começa algumas diferenças de visão entre eu e o professor Ghiraldelli, porque ninguém diz que o fracasso dele é por causa da inveja do outro, quem diz isso é o petismo tradicional. O que se diz que o outro alcançou certo status, não pelo seu mérito, mas dentro da minha limitada visão (dentro de um senso comum) do mundo, que ele fez alguma coisa para alcançar esse mérito. Mas há dentro da mídia isso por causa da nossa cultura, sempre ficamos à mercê desse pensamento reducionista que ao invés de procurar uma causa maior, se coloca causas menores para apaziguar a massa. No mesmo modo a educação escolar fez isso também como forma de aprendizado – que foi introduzido por Marx quando para explicar a pobreza, ao invés de explicar o problema histórico dês da pré-história, ele colocou tudo de um modo de dialética materialista e ainda, colocou toda a culpa do capitalismo e não viu que o capitalismo só herdou problemas muito mais antigos – quando ensina o aluno matérias que nada vão agregar a vida dele, uma sociologia e filosofia fraca, uma matemática chata e pobre. Aliás, a academia começa com isso tudo.

Estamos na fase aguda de acusação mútua dizendo que o outro cultiva “o ódio social”, “ressentimento” e coisa do tipo. Não à toa, esses os midiáticos adoram ampliar o problema do bullying!”

Quando o professor Ghiraldelli disse: “Estamos na fase aguda de acusação mútua”, isso é verdade e é uma evidencia muito mais perigosa, disso estourar em uma guerra civil. Claro, que pode ser que não estoure, mas na maioria das vezes, sim, são acusações. Dentro da filosofia e dentro da psicanalise, isso se chama espelhamento daquilo que eu vejo no outro, o que eu vejo em mim mesmo. O ódio pelo outro é o outro ter o que me falta, assim, o apego ao outro é aquilo que me falta enquanto ser que deseja. Se me apego aos animais, é porque algum ser humano me fez mal e eu “deletei” o ser humano das minhas afetividades. Me faltou afetividade do outro ser humano para mim me assemelhar e me importar ao ser humano, assim como, em outros casos.

O “bullyng” sabemos que é a coisificação do ser humano em forma de educação. Se a criança fica o dia inteiro na TV, o dia inteiro nas redes sociais, o dia inteiro com os mesmos amigos, com os mesmos livros e não tem uma inteiração com o mundo como ele é, como a criança vai se colocar no lugar do outro? Aí do “bullyng” sai queimando índio, sai quebrando tudo, sai jogando ovo nos outros no ponto de ônibus, atropelando as pessoas e o pai livrando a cara. Para ele, não é um ser humano, é uma coisa. Então, o problema do “bullyng” é um problema tão complexo, que precisaríamos esclarecer em um livro inteiro.

O professor Ghiraldelli termina o texto assim:

Dona Marisa teve AVC por conta de ódio dos críticos do PT. Moro funciona por causa de ódio contra o santo Lula. Papai Noel não vem entregar brinquedo para pobre por causa de ódio? É isso? Dória pinta muro por causa de ódio contra artistas e ao mesmo tempo a reação de crítica a Dória é “ódio das esquerdas” etc. Feliz éramos nós, daquela época quando o único sentimentalismo barato era o que e causava o crime passional. Agora, o psicologismo banalizou tudo. Nos perdemos no sentimentalismo barato. Todos ficamos BBBzados, ou seja, queremos que o mundo funcione segundo explosões de sentimentos banalizados no banheiro da “casa mais espiada do Brasil”. Isso é o psicologismo. É disso que os professores palestrantes se alimentam e alimentam suas plateias. É torcer para não conseguirem sujar todo o ambiente acadêmico também com esse cocô. ”


Infelizmente, a academia já está com essas fezes a muito tempo, só ficar vendo que palestras da professora Marilena Chauí passaram dos limites, só ficar vendo a professora Márcia Tiburi chamar todos de fascistas porque não concordam com sua visão. Só ficar vendo os vídeos de todos esses professores – seja da direita ou da esquerda – acharem um jeito de explicar seus desafetos com explicações simplistas. E lógico, só ler um texto desse. 



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Lógica dos memes



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

A lógica lida, na maioria das vezes, numa forma do objeto ser falso ou verdadeiro. Esse negócio que existe algo que nem sempre é falso e nem sempre é verdadeiro, dizem os lógicos, é uma coisa reducionista e é uma forma de não olhar e não analisar, de uma forma crítica, se é falso ou se é verdadeiro. Se vejo um copo de plástico verde, por exemplo, eu sei que esse copo é verdadeiro e que ele existe de fato, mas se eu vejo uma figura de um unicórnio, não sei se ele é verdadeiro e assim, logo sei que o unicórnio não é verdadeiro e não existe. Mas existem referencias como do cavalo e do chifre, que se originou na imagem do unicórnio, como a imagem do Papai Noel, que foi originada pela indústria da propaganda, que é a imagem de um “bom velhinho” que traz presentes. O “bom velhinho” de roupas vermelhas existe? Não. Apenas foi um símbolo inventado para vender um refrigerante e assim, chegamos num ponto que quero chegar, na lógica de um meme que roda na internet inteira.

O que é mais fácil, você ler um livro que trata uma ideia ou enxergar um meme com apenas uma imagem supostamente verdadeira? Quando você ler uma pequena palavra, 27 áreas do seu cérebro são ativadas, quando você vê uma imagem, não.  Quando você ler, você ativa uma área esquerda do cérebro que fica responsável pela linguagem que faz com que falamos melhor, fazendo nós interagirmos melhor com o nosso cotidiano e quem não lê, fica só com a imagem de associação. Como associar por ideologia, associar por religião, associar por ideia diversas e o mais perigoso, filosofia não se lê num meme. Na maioria das vezes um meme é uma imagem associada com o cotidiano, junto com um pensamento que você achou que tinha a ver com a imagem. Na verdade, a essência do meme surgiu junto com a imagem da publicidade, digamos, que a ideia do meme é uma publicidade ironizada. O mais engraçado é que as pessoas levam esse tipo de pensamento a sério, reduzindo o pensamento daquilo, numa mera frase associada de uma imagem. Por isso que eu ironizo muitas vezes, pessoas que gostam de filósofos como Nietzsche sem ler uma linha sequer dele, como acontece com socialistas que nunca leram Marx ou anarquistas que nunca leram Proudhon ou Bakunin. Liberais não lê Mises, liberais lê Locke ou Mill, mas se confundem as coisas e acham que uma coisa tem a ver com a outra, pelo simples fato, da filosofia associativa da imagem.

A imagem vale mais do que mil palavras para aqueles acomodados que não querem achar motivos de ler e progredir, pois quanto mais lemos, mais temos ideias para pensarmos. Quem quer pensar? Quem quer interagir num mundo que a imagem vale muito mais? Numa forma muito mais filosófica, o filósofo austríaco Wittgenstein, disse: “As fronteiras da minha linguagem são a fronteira do meu universo”, ou seja, se você só pensa através de frases, seu mundo vai ser um infinito de frases. Eu não entendo como as pessoas acham que entendem alguma coisa lendo as coisas num Facebook da vida, pois, o Facebook vai além daquilo que pensam ser. Uma rede social (como o Facebook, Twitter ou outras), serve para informar, servem para espalhar uma ideia, servem para levar uma informação para um maior número de pessoas. Também servem para darmos nossa opinião, mas dar a nossa opinião não é “achismo” de boteco de esquina, pois, uma crítica tem que ser bem construída dentro do que tenho de informação. Se crítico a filosofia marxista, tenho que ler as obras de Karl Marx, não existe uma crítica a partir de uma frase de meme. Não existem críticas baseadas em partidos derivados (que muitas vezes nem leram Marx), não existem críticas segundo filósofos que não são filósofos, não existem críticas a partir de ideias que não são verdadeiras.

Mas qual ideia, dentro de um pensamento abstrato, pode ser verdadeira? O ser humano só percebe aquilo que ele enxerga dentro do que ele vê como realidade, porque a realidade é subjetiva. Porém a realidade pode ser construída, muitas vezes, segundo as suas crenças que foram passadas dentro de uma certa educação. A realidade de um francês, por exemplo, não é a realidade de um norte-americano. Não só crenças a realidade, um pensamento de um espirita não vai ser o mesmo pensamento de um evangélico, como também, um pensamento de um católico e um mulçumano vai ser em demasia diferente. No judaísmo, no budismo e por aí vai, porque as crenças vão determinar aquilo que você percebe como verdade. Acontece que ninguém estuda aquilo que quer refutar e acha que pode refutar com memes, podem informar com memes, podem propagar uma ideia com memes. Por ignorância? Não. Por pura preguiça de achar que o sacerdote tem razão, que tal personagem político tem razão, que as pessoas que concordam com você têm razão.  Por que espirita é coisa do demônio? Porque Paulo de Tarso condenou a invocação de espíritos. Mas alguém já leu sobre para saber se é verdade? Alguém analisou o momento histórico e o porquê Paulo disse isso? Não. Só um “achismo” mesmo.


Algum liberal tenta ler uma obra marxista? Não. Alguém que crítica o anarquismo, leu alguma obra anarquista? Não. Alguém que criticou o liberalismo, leu alguma obra liberal ou conservadora? Não. Então, porque raios, constroem memes idiotas e sem embasamento nenhum? Porque se baseiam no achismo. Porque as pessoas não sabem que não se argumentam com memes, se argumenta com ideia, essas ideias são as ideias dentro daquilo que se quer crítica. A crítica tem que ser muito bem construída, baseada em sólidos argumentos. Se não, não é crítica, é só um amontoado de asneiras. 



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Importância da inclusão. ..com Nick Vujicic

Nicholas James Vujicic (Melbourne, 4 de dezembro de 1982) é um evangelista e palestrante motivacional e diretor da Life Without Limbs. Nascido sem pernas e braços devido a rara síndrome Tetra-amelia, Vujicic viveu uma vida de dificuldades e privações ao longo de sua infância. No entanto, ele conseguiu superar essas dificuldades e, aos dezessete anos, iniciou sua própria organização sem fins lucrativos chamada Life Without Limbs (em português: Vida sem Membros). Depois da escola, Vujicic frequentou a faculdade e se formou com uma bidiplomação. Deste ponto em diante, ele começou suas viagens como um palestrante motivacional e sua vida atraiu mais e mais a cobertura da mídia de massa. Atualmente, ele dá palestras regularmente sobre vários assuntos tais como a deficiência, a esperança e o sentido da vida. Actualmente Nick tem dois filhos.


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Paradoxo da Ética


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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Quando dissermos que há um paradoxo – que vem do grego parádoxon, ou seja, pará (oposto) com doxa (ideia) – queremos dizer que há ali um “contrario as ideias” ou “contrario as expectativas” que aquilo seja verdade. Já ética, vem do grego ethos que quer dizer “caráter”, “costume” ou “modo de ser”, na verdade, o “costume” ou “modo de ser” já está incluído no caráter e nele vamos nos focar nesse texto. Por que? Se há um contrário a uma ideia, presumimos, que aquela ideia não é tão valida e até podemos perguntar. Há realmente no Brasil um caráter tão solido que você precisa seguir o outro até no roubo? Um chimpanzé talvez, um orangotango (muito próximo do homem) talvez, mas o ser humano poderá escolher o caminho que deverá seguir suas próprias vontades. Uma vontade é um desejo aquilo que se quer, se queremos um copo de refrigerante é a consciência da existência do refrigerante e há um desejo de se tomar um refrigerante, é gostoso. Mas quando estamos com sede tomamos água, pois, o organismo está pedindo sais minerais que há na água. Então, o refrigerante é um desejo, água é uma necessidade. Um arroz com feijão é uma necessidade que alimenta, um lanche do MacDonald é um desejo que só é gostoso. Mas por que preferirmos o lanche ou o refrigerante? Porque imitamos o outro, obedecemos uma imagem que o lanche ou o refrigerante, porque nos iludimos que ali era uma necessidade.

Essa necessidade é a natureza em nós pedindo aquilo que nos é importante, o desejo é o fenômeno que nossa consciência produz (mente=objeto), que vai querer aquele objeto enquanto algo gostoso, algo que vai ter gosto e o gosto é artificial. Mas podemos ter desejos? O poder ter desejo é poder sentir um certo prazer naquilo, mas quando você não sente mais prazer naquilo, perde toda e qualquer graça e não fica mais gostoso. Nisso eu concordo com Epicuro, pois, quando há um certo exagero e esse exagero, vira sofrimento. Se você beber demais vai virar cirrose, se comer muito churrasco vira problemas no coração e se você ficar muito ocioso, isso vai acarretar vários problemas. Também tem um outro lado de uma moeda, quando você enche um carro com aquilo que não é seu, o que você sente? Prazer ou sofrimento? Bom, quando nós pesquisamos a origem da palavra sofrimento, nós chegamos a raiz da palavra paciente e patologia e por sua vez, a palavra paixão. Dês da Grécia antiga, a paixão (pathos), era algo que fazia o ser humano sofrer e assim, todo exagero que poderíamos fazer era um pathos para os filósofos. Se você olha uma tevê que não é sua, que você pegou em uma loja porque você viu todo mundo pegando e achou que poderia pegar também, você sentira prazer ou sofrimento imaginando o desespero do lojista que trabalhou para montar aquela loja? Podemos melhorar o exemplo: e se você olhar a cerveja que você está tomando que você pegou de um acidente na estrada onde o motorista estava esmagado entre as ferragens e só se preocupou em pegar um engradado? Claro, que a ética tem fatores subjetivos, valores que são ensinados dês da infância e esses valores variam muito. Porém, temos a livre escolha de seguir ou não, esses valores.

Daí temos um paradoxo da ética, porque presumimos que a ética é um nível de caráter medido com a capacidade de socialização do ser humano. Se ele pega um engradado de cerveja de um caminhão e o motorista está todo machucado poderíamos achar isso ético? Acontece que quando coisificamos o ser humano perdemos a capacidade de enxergar um indivíduo que está sofrendo, porque perdemos a capacidade de nos colocar no lugar dele. Se eu tivesse no lugar do motorista, eu gostaria que o outro chamasse o Resgate. Se eu tivesse no lugar do lojista, eu gostaria que alguém me defendesse e por aí vai. A ética é a capacidade de sentir no outro o que você pode sentir também, porque o termo grego ethos tem a ver com caráter e caráter é tudo aquilo que nós somos. Nada, absolutamente nada, justifica um roubo, pois, um roubo é aquilo que você pega sem o outro permitir. Daí temos várias conotações sobre propriedade, mas a propriedade na nossa sociedade é importante, queiram ou não, você pegar algo ainda caracteriza um roubo. Quer mais antiético do que um estupro? Uma agressão a mulher por negar uma propriedade dela, seu próprio corpo, seu bem único natural. Não interessa que roupa ela esteja. Não interessa onde ela esteja e com quem esteja, sempre um estupro é um roubo a dignidade da mulher como ser humano. O paradoxo nesta questão, passa a uma conotação de contra ideia (antítese), passa a uma ideia contraria a aquilo que não deveria ser. O estuprador, como todo maníaco (psicótico), é na verdade um egoísta em potencial por achar que o prazer é só dele, o outro é mero objeto para se chegar ao seu prazer. Um roubo não é muito diferente, um roubo característica pegar aquilo que não é teu e aquilo que não é teu só vai dar prazer a você. O maníaco olha aquele que mata como um objeto a se chegar aquilo que ele quer, aquilo que ele pensa esconder, aquilo que ele não quer que descubram.

Com a ética (caráter) assim, a nossa sociedade passa por um momento de crise profunda e toda crise, provem uma mudança. As mudanças fazem com que as pessoas saem da sua zona de conforto, saindo dessa zona de conforto, elas não sabem o que fazer. Perdem coisas para saírem dessa liberdade, a coisificação humana passa a ser uma capacidade de ver milhões de androides, milhões de seres que estão só atrapalhando de eu ser feliz. No mesmo caso da anarquia que eu escrevi no outro texto, as pessoas confundem isso como hedonismo, mas o hedonista não é isso. A ideia do hedonismo do grego clássico não é a mesma ideia que temos hoje, porque o prazer do grego clássico era um prazer não só físico, mas também afetivo de um toque diferente. Você tomar um vinho, você sentia prazer por gostar verdadeiramente do vinho na essência do gostar e não na ideia (como imagem) do gostar. As relações homossexuais não tinham penetração, o prazer estava no toque, na sutileza de um sorriso. Então, quando falamos em hedonismo, temos que tomar cuidado de chamar o sujeito em “viciado em prazer”, pois, mesmo o porquê, viciados em prazer são muito mais doentes (pathos), do que hedonistas.

Pessoas assim são produto de uma cultura que ensina que um cara que não pega aquilo, é um trouxa, porque acha que deve levar vantagem em tudo. Ensina que a mulher sorriu e o homem tem que dar em cima (mesmo casado), ensina que a mulher não quer ele tem o direito de estupra-la. Ensina que as pessoas não prestam, mas aprontou a vida inteira para achar que os outros não prestam. Ensina que devemos sempre querer que os políticos sejam éticos, mas quando se tira a polícia, vai lá e rouba a loja. Sempre lembrando, que ética é caráter e caráter é tudo aquilo que somos, pois, se somos aquilo que sempre lutamos para mudar, será que terá essa mudança? Claro que não. As mudanças só acontecem quando somos aquilo que queremos que mude, o que Kant disse em seu Imperativo Categórico (como um bom protestante, pegou do ensinamento do mestre Jesus), faça com que tudo que faça seja uma lei universal. Mas, se um simples retorno proibido, por exemplo, o cara retorno porque o outro está fazendo, será que ele não vai roubar porque o outro está roubando? Ou não vai estuprar porque os outros estão estuprando? Ou não vai beber cerveja, ir na balada, ir comer, só porque o outro faz? O mais triste é que as igrejas crescem não porque a fé aumentou, mas só porque o outro vai e prometem só ganhos materiais. Você vai ganhar um emprego. Você vai ganhar um carro. Você sempre ganhara uma coisa. E assim, vocês acham que ele não vai fazer o mesmo que muitos políticos fizeram se até barganhar com Deus, tentam fazer?


Se o divino é usado, se a pobreza é usada, se até a cor e a condição física é usada, o que dirá usar o próprio caráter para tirar algumas coisas disso. Muito triste a Era do Paradoxo da Ética. 



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

ES não foi anarquista, parem com as asneiras!


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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Alguém sabe o princípio anarquista? Claro que não, pois isso não se aprende nas escolas que tem um ensino ditado pelo ESTADO. Mas acho que como eu tenho um certo entendimento sobre o assunto, tenho que escrever esse texto para esclarecer alguns pontos aqui. Em primeiro lugar, quero esclarecer que acredito que o conhecimento fará com que o ser humano tenha uma certa autonomia, portanto, concordo com a filosofia iluminista que diz que pelo conhecimento o homem deixara certos vícios. Como o filosofo alemão Kant disse um dia – pegando emprestado do poeta latino Horácio – temos que “sapere aude” ou em bom português, “ouse saber”. Mas o que é ousar saber? Como se diz hoje em dia, ousar saber é pensar fora da caixa e pensar fora da caixa é sair da sua zona de conforto. Um dos princípios anarquistas é esse, sair da sua zona de conforto, parar de delegar tudo aquilo que você quer e o que você gosta aos outros. Para isso pode ler do próprio Kant: “Resposta à pergunta: O que é o Esclarecimento? ”, que vai te dar uma base que o esclarecimento fara com que o homem seja cada vez mais autônomo dos seus próprios atos.

Segundo, você ser contra o sistema não é a mesma coisa de ser burro (no sentido de teimar certas coisas), pois, ser contra o sistema é cada vez mais ser esclarecido e ler bastante. Não adianta achar que o sistema te explora, que imposto é roubo, chamar certas autoridades de fascistas e etc, sem base o que é isso tudo, senão, você estará compactuando com esse mesmo sistema que ao invés de juntar os indivíduos, quando mais separados, melhor. Aliás, quer tática mais eficiente – usada, principalmente, pelos nazistas – do que separar por etnia, por classes sociais, por atos éticos ou não éticos, por religiões diferentes e por aí vai? O respeito com o outro tem muito a ver com a parte do nosso sistema empático que reconhece o outro ser humano e tenta socializar com esse ser humano, pois, reconhece como nosso semelhante. Mas o que o ESTADO faz com isso mesmo? Faz com que o ser humano tenha desejos inúteis, faz com que certas etnias sejam enxergadas como erradas, que certos pensamentos sejam enxergados como errados e devemos eliminar aquele sujeito, que o ser humano de cor diferente é um ser humano inferior, que outra religião é errada e é coisa do capeta. Nem vou entrar muito na questão do capeta, pois, Deus todo poderoso, onisciente, onipotente e onipresente, iria criar um querubim que iria ser rebelar contra ele por inveja? No princípio teológico, já é um pensamento ilógico, porque se Deus enxerga o futuro, ele iria enxergar a rebelião de Satanás, ou não? Os anjos não são seres perfeitos que são a verdadeira face do divino? Então, não existe o capeta, existe o discurso do poder em persuadir o ser humano ao seu domínio.

Nós sempre vamos ficar reféns ao poder, porque o poder sempre vai te convencer que ele existe para te proteger. Mas o ESTADO pega o seu dinheiro para dizer que vai te dar segurança, te dar transporte, te dar saúde, te dar tudo aquilo que ele promete e no fim, as coisas não são bem assim. Te ensina que você beber certa cerveja vai te dar certo status quo – além de alimentar a ideia machista de encher o carro de mulher – te ensina que fumar é ser importante, que ter certo carro potente vai te fazer feliz, depois quando a maioria ter aprendido, te multa para não fazer. Te faz acreditar que você é uma “coisinha” insignificante e ele é o poderoso, cheio de ideias que vão te proteger dos seres humanos que não fazem parte da sua etnia. Qual a diferença de um norte-americano e um brasileiro? Tirando o discurso do poder, nenhuma. Eu que sou deficiente sou diferente de quem, não é? Claro que não, sou um ser humano como todo mundo, mas tenho uma certa limitação dentro da minha fala e na minha coordenação motora. Mas o que diz o ESTADO? O ESTADO diz que não sou igual, sou diferente dos demais e preciso de tratamento adequado, não me dando, dará dinheiro a entidades que se dizem reabilitadora de deficientes. Na verdade, pago duas vezes, uma é o SUS que  paga a essa entidade, ainda, alguns pacientes pagam para consultar nela. Tudo gira ao dinheiro, tudo gira em torno a coisificação de pessoas e não dar ao ser humano, a educação necessária para ele evoluir como ser pensante. O conhecido “penso, logo existo”, tudo pode ser uma ilusão, mas a única realidade e o que existe, sou eu mesmo. Se sou detector da realidade, então, posso construir a realidade que eu quiser, acreditar o que eu quiser e pensar que somos animais pensantes e não símios, que comemos, dormimos e procriamos.

Somos símios que comemos, dormimos e procriamos? Claro que não. Somos animais que pensamos e como animais pensantes, somos animais que escolhemos e se somos animais que escolhemos, não podemos limitar a seguir as escolhas dos outros. Por que eu devo seguir o poder se eu sei que eles são iguais a nós e não maiores que nós? O fundamento do anarquismo não é o caos, mas a evolução do homem enquanto um ser autônomo sem coisificação do outro e sem achar que o outro vai nos agredir. Para que um exército se todo mundo sabe como conviver entre os seres humanos? Se sabemos o que fazer e o que respeitar, precisa de polícia? Se tivermos respeito com as crenças alheiras ou ter uma universal religião harmoniosa, para que conflitos religiosos? Mas como mudamos isso? Conhecimento. Mas antes do conhecimento, existe o entendimento desse conhecimento. Não adianta ter o conhecimento e não entender o fundamento (essência), porque vai ser uma informação errada que vamos dar e vamos perceber. Então, não adianta chamar a polícia de fascista, sem entender o fascismo ou entender a polícia. Entender que o policial também é um ser humano, senão você não é anarquista, e sim, modinha. O ESTADO sim é o grande controlador.


O que aconteceu no Espirito Santo não foi um anarquismo, porque ainda havia um conhecimento que há um ESTADO, mas não vigiado. Os desejos eram os mesmos, a cultura de levar vantagem era o mesmo, só não havia a polícia para conter o que o próprio ESTADO ensinou. A doutrinação ilusória que bens materiais são importantes, a doutrinação que é injusto eu ter uma TV simples, o outro tem uma TV LD com isso ou aquilo, porque isso é sempre ser melhor do que o outro. Não que temos que virar as costas a tecnologia e ao conforto, afinal, temos o direito a sermos felizes conforme o que escolhermos para nós. Mas respeitando o outro como um semelhante, respeitar o momento de cada um enquanto individuo autônomo como ser importante enquanto um ser vivo como eu. No anarquismo não tem roubo, porque não tem o desejo de ser mais do que o outro. No anarquismo não tem morte, porque tem o conhecimento que aquilo é errado e se acontecer, não poderá viver naquela comunidade. Renda não pode ser imposto e o imposto é desnecessário, porque todos vão cuidar da sua comunidade. E nem o anarquismo pode ser capitalista, porque para se acumular capital se deve ter instituições que só podem existir com o ESTADO. O anarquismo é um pensamento do futuro, de uma evolução maior e aquilo, definitivamente, não era anarquista. 



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A “coisificação” das pessoas







Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Acho bem interessante as palestras cientificas espiritas, porque sempre achei que a ciência não deveria estar a parte da parte espiritual, não deveria estar a parte de uma perspectiva que o corpo fali, mas a consciência fica. Afinal, por que ficamos a vida inteira aprendendo e nos aperfeiçoando, só para esta vida e só para viver nesse mundo? Há sentido num pensamento desses? Não. Não há fundamento. Não há nem logica acharmos que não há nada além da matéria no qual conhecemos – que a física quântica está mostrando que não é bem assim – e que, por mais que conheço os objetos, aparecem outros que se inventam outros termos. Mas esse texto não é para falarmos do espiritismo, mas falar do entendimento que nós percebemos, cada dia mais, da “coisificação” do ser humano com uma educação cada dia mais vem fazendo dos jovens, seres humanos “psicopatas” do mesmo nível dos nazistas.

Quem não conhece a história do médico nazista, Josef Mengele? As experiências dele eram anotadas por duas enfermeiras, com afeiçoes muito normais como qualquer enfermeira, mas eram assistentes do Mengele. Eram capazes de assistirem as experiências sem ao menos, expressarem qualquer remorso ou pena, das crianças judias que eram derramados substancias (tinta) azul em seus olhos, uniam veias em crianças gêmeas e outras atrocidades, como se fizessem em um animal. Mas eram pessoas que tinham educação, eram bastante eruditos e não tinham quaisquer antecedentes de crimes ou violência. Mengele era um ótimo medico e uma das suas assistentes, recebeu um prêmio por ser uma ótima profissional e cuidar de idosos com tanta dedicação. Não eram feios e tinham uma aparecia agradável, eram bonitos e bem arrumados, absolutamente, nada, justificariam serem chamados de psicopatas ou de assassinas. Mas o que fizeram elas matarem crianças judias e não matarem crianças alemãs? Eu posso amassar um copo descartável com bastante brutalidade, quem tiver perto não vai sentir nada, no máximo, vai dar risada. Por que? Porque esse copo de plástico e uma coisa, reconhecemos como um objeto inanimado que não sofremos nenhuma empatia, apenas, usamos esse copo para beber e jogar fora.

Uma pergunta ética se faz necessária: você conseguiria ser um assistente do médico Mengele? Você conseguiria achar que aquelas crianças eram diferentes das crianças que você tem na sua casa? Por que acontece isso? Porque se prestarmos bastante atenção, principalmente, no discurso de Hitler e seus asseclas, vamos constatar que em várias ocasiões os judeus foram chamados de “porcos”, foram chamados de “animais” e já havia muito antes essa cultura de um antissemitismo muito largo dentro da Europa. Essa “coisificação” dos povos semitas, foram se estendendo a povos eslavos, aos povos negros (já que estudos mostram, que Adolf Hitler era leitor de obras eugênicas norte-americanas), até mesmo, se estendendo a pessoas com vários tipos de deficiência. Sim. Pessoas com deficiência física eram jogadas pela janela só pelo fato de terem uma deficiência, se virava as cadeiras de rodas e elas caiam lá em baixo. Sem remorso e sem culpa. Eram objetos que davam gasto a sociedade e deveriam ser descartados, afinal, são coisas que merecem ser jogadas fora.

Hoje é diferente? Veremos que não. Por que não? Porque temos uma parte do cérebro que são três partes, uma tem a ver com o reconhecimento do ser humano, outra tem a ver com o sentimento que temos pelo outro ser humano e um terceiro que tem a ver com o caráter. Bom, imaginamos jogar um objeto não chão, e esse objeto se quebra, não vamos expressar sentimento nenhum sobre o objeto. Mas se nós atirarmos no chão uma criança? Expressamos uma expressão de horror, afinal, como eu tenho coragem de jogar um bebe no chão sendo um bebe? Mas se for uma criança de outra cor ou de outra etnia que estou lutando contra? Hoje, com os avanços tecnológicos (isso não é errado e sim, o que fazemos com a internet e computador), as crianças ficaram muito mais fechadas entre si mesmas. Afinal, para que irei fazer que meu filho conviva com tudo aquilo que é diferente? Todo mundo sabe, que o nazismo fez uma grande campanha de “coisificação” dos judeus e não só judeus, mas tudo aquilo que acham errado. Hoje não é diferente, nem os regimes não são iguais, só dar uma pesquisa na internet e veremos vídeos de homens mulçumanos batendo em mulheres, países arábicos matando deficientes, cristãos, vídeos de pessoas na China passando por cima de garotos com carros, batendo em crianças do nada e outras coisas. Foram criados com o pensamento que crianças são objetos, mulheres são objetos, pessoas com deficiência são objetos, não diferente dos nazistas.


Colocamos na inclusão de pessoas com deficiência. Por que a lei de cotas de empresas – estou dizendo uma lei, não é uma campanha ou uma caridade, é uma lei – que tem que ter uma porcentagem (cotas), para pessoas com deficiência? Na maioria das vezes, muitos desses empresários, muitos desses executivos ou empregados do RH (Recursos Humanos), nunca viram ou tiveram nenhum contato com pessoas com deficiência. Quem iria deixar seu filho, criado com “Toddynho” conviver com pessoas com deficiência, sem braço, numa cadeira de rodas, segurar ele e deixar ele cair, talvez? Vai que é contagioso e meu filho que sempre tomou “toddynho”, estará pronto em ser um “garanhão” ou se for mulher, uma “princesa” que vai ser cortejada (nunca os “afegões” médios admitiram que as suas filhas eram mulheres desejadas pelos próprios “garanhões” que criam), ser invalido em uma cadeira de rodas? Conviver com gente que não ouve, conviver com gente que não enxerga, conviver com gente que não tem capacidade de expressar um sentimento ou tem uma personalidade infantil, nunca. Meu filho? Que criei sem conviver com isso, sem traumas, sem o horror de ver essas COISA FEIA que pode traumatizar, pode achar que meu filho tem que carregar ele. Pois é! Cresce com a “crença” que somos uma “coisa” e não seres humanos e ainda pior, que ainda temos  que ficar confinador em instituições como a AACD. No blog mesmo eu mostro meus diplomas, tanto nesse, quanto no meu antigo blog Ser um Deficiente e alguma agencia de publicidade me procurou? Alguma empresa de TI ou alguém querendo palestras sobre o assunto? Alguma revista ou jornal ficaram interessados sobre o que eu escrevo? Nem as revistas de inclusão? Por que será? Primeiro, as revistas e jornais que circulam, são produzidos pelas pessoas que foram criadas com “Toddynho” e não conviveram com as “coisas”, e as revistas de inclusão, querem algo muito mais “positivo” e menos “negativo”. Então, quando sairemos dessa Matrix, onde só os “Nick Vijcic” são vistos, onde só os vídeos dos “famosos” ganham prestigio? Você pensa diferente? Não creio.