sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A “coisificação” das pessoas







Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Acho bem interessante as palestras cientificas espiritas, porque sempre achei que a ciência não deveria estar a parte da parte espiritual, não deveria estar a parte de uma perspectiva que o corpo fali, mas a consciência fica. Afinal, por que ficamos a vida inteira aprendendo e nos aperfeiçoando, só para esta vida e só para viver nesse mundo? Há sentido num pensamento desses? Não. Não há fundamento. Não há nem logica acharmos que não há nada além da matéria no qual conhecemos – que a física quântica está mostrando que não é bem assim – e que, por mais que conheço os objetos, aparecem outros que se inventam outros termos. Mas esse texto não é para falarmos do espiritismo, mas falar do entendimento que nós percebemos, cada dia mais, da “coisificação” do ser humano com uma educação cada dia mais vem fazendo dos jovens, seres humanos “psicopatas” do mesmo nível dos nazistas.

Quem não conhece a história do médico nazista, Josef Mengele? As experiências dele eram anotadas por duas enfermeiras, com afeiçoes muito normais como qualquer enfermeira, mas eram assistentes do Mengele. Eram capazes de assistirem as experiências sem ao menos, expressarem qualquer remorso ou pena, das crianças judias que eram derramados substancias (tinta) azul em seus olhos, uniam veias em crianças gêmeas e outras atrocidades, como se fizessem em um animal. Mas eram pessoas que tinham educação, eram bastante eruditos e não tinham quaisquer antecedentes de crimes ou violência. Mengele era um ótimo medico e uma das suas assistentes, recebeu um prêmio por ser uma ótima profissional e cuidar de idosos com tanta dedicação. Não eram feios e tinham uma aparecia agradável, eram bonitos e bem arrumados, absolutamente, nada, justificariam serem chamados de psicopatas ou de assassinas. Mas o que fizeram elas matarem crianças judias e não matarem crianças alemãs? Eu posso amassar um copo descartável com bastante brutalidade, quem tiver perto não vai sentir nada, no máximo, vai dar risada. Por que? Porque esse copo de plástico e uma coisa, reconhecemos como um objeto inanimado que não sofremos nenhuma empatia, apenas, usamos esse copo para beber e jogar fora.

Uma pergunta ética se faz necessária: você conseguiria ser um assistente do médico Mengele? Você conseguiria achar que aquelas crianças eram diferentes das crianças que você tem na sua casa? Por que acontece isso? Porque se prestarmos bastante atenção, principalmente, no discurso de Hitler e seus asseclas, vamos constatar que em várias ocasiões os judeus foram chamados de “porcos”, foram chamados de “animais” e já havia muito antes essa cultura de um antissemitismo muito largo dentro da Europa. Essa “coisificação” dos povos semitas, foram se estendendo a povos eslavos, aos povos negros (já que estudos mostram, que Adolf Hitler era leitor de obras eugênicas norte-americanas), até mesmo, se estendendo a pessoas com vários tipos de deficiência. Sim. Pessoas com deficiência física eram jogadas pela janela só pelo fato de terem uma deficiência, se virava as cadeiras de rodas e elas caiam lá em baixo. Sem remorso e sem culpa. Eram objetos que davam gasto a sociedade e deveriam ser descartados, afinal, são coisas que merecem ser jogadas fora.

Hoje é diferente? Veremos que não. Por que não? Porque temos uma parte do cérebro que são três partes, uma tem a ver com o reconhecimento do ser humano, outra tem a ver com o sentimento que temos pelo outro ser humano e um terceiro que tem a ver com o caráter. Bom, imaginamos jogar um objeto não chão, e esse objeto se quebra, não vamos expressar sentimento nenhum sobre o objeto. Mas se nós atirarmos no chão uma criança? Expressamos uma expressão de horror, afinal, como eu tenho coragem de jogar um bebe no chão sendo um bebe? Mas se for uma criança de outra cor ou de outra etnia que estou lutando contra? Hoje, com os avanços tecnológicos (isso não é errado e sim, o que fazemos com a internet e computador), as crianças ficaram muito mais fechadas entre si mesmas. Afinal, para que irei fazer que meu filho conviva com tudo aquilo que é diferente? Todo mundo sabe, que o nazismo fez uma grande campanha de “coisificação” dos judeus e não só judeus, mas tudo aquilo que acham errado. Hoje não é diferente, nem os regimes não são iguais, só dar uma pesquisa na internet e veremos vídeos de homens mulçumanos batendo em mulheres, países arábicos matando deficientes, cristãos, vídeos de pessoas na China passando por cima de garotos com carros, batendo em crianças do nada e outras coisas. Foram criados com o pensamento que crianças são objetos, mulheres são objetos, pessoas com deficiência são objetos, não diferente dos nazistas.


Colocamos na inclusão de pessoas com deficiência. Por que a lei de cotas de empresas – estou dizendo uma lei, não é uma campanha ou uma caridade, é uma lei – que tem que ter uma porcentagem (cotas), para pessoas com deficiência? Na maioria das vezes, muitos desses empresários, muitos desses executivos ou empregados do RH (Recursos Humanos), nunca viram ou tiveram nenhum contato com pessoas com deficiência. Quem iria deixar seu filho, criado com “Toddynho” conviver com pessoas com deficiência, sem braço, numa cadeira de rodas, segurar ele e deixar ele cair, talvez? Vai que é contagioso e meu filho que sempre tomou “toddynho”, estará pronto em ser um “garanhão” ou se for mulher, uma “princesa” que vai ser cortejada (nunca os “afegões” médios admitiram que as suas filhas eram mulheres desejadas pelos próprios “garanhões” que criam), ser invalido em uma cadeira de rodas? Conviver com gente que não ouve, conviver com gente que não enxerga, conviver com gente que não tem capacidade de expressar um sentimento ou tem uma personalidade infantil, nunca. Meu filho? Que criei sem conviver com isso, sem traumas, sem o horror de ver essas COISA FEIA que pode traumatizar, pode achar que meu filho tem que carregar ele. Pois é! Cresce com a “crença” que somos uma “coisa” e não seres humanos e ainda pior, que ainda temos  que ficar confinador em instituições como a AACD. No blog mesmo eu mostro meus diplomas, tanto nesse, quanto no meu antigo blog Ser um Deficiente e alguma agencia de publicidade me procurou? Alguma empresa de TI ou alguém querendo palestras sobre o assunto? Alguma revista ou jornal ficaram interessados sobre o que eu escrevo? Nem as revistas de inclusão? Por que será? Primeiro, as revistas e jornais que circulam, são produzidos pelas pessoas que foram criadas com “Toddynho” e não conviveram com as “coisas”, e as revistas de inclusão, querem algo muito mais “positivo” e menos “negativo”. Então, quando sairemos dessa Matrix, onde só os “Nick Vijcic” são vistos, onde só os vídeos dos “famosos” ganham prestigio? Você pensa diferente? Não creio. 


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