quarta-feira, 19 de abril de 2017

Como sair da “bolha ideológica”



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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Como sair de uma “bolha ideológica”? Essa “bolha ideológica” é uma tática do Facebook – com seu algoritmo que faz você só vê aquilo correspondente do que você posta na rede social – para sempre te lembrar que existem assuntos ligados do que você posta, seja de cunho religioso, de cunho político, de cunho até de gosto pessoal. Você nunca enxerga o outro lado, o lado que é controverso a aquilo que acreditamos, aquilo que pensamos ser. Isso veio na minha mente, porque estou estudando as obras de Karl Marx que faz uma contramão no que acredito e não concordo em partes; mesmo assim, temos que reconhecer sim a importância de Marx dentro das teorias políticas, econômicas e porque não, na área administrativa. Mas se nossa juventude, não tem um ensino médio de boa qualidade, isso é normal em deixar levar hora para a esquerda, hora para a direita. Pensamentos ideológicos não são pensamentos diferentes dos religiosos – pelo menos os fanáticos – que sempre encontram um fio condutor de manipulação massificadora e isso, é bem evidente.

Concordo com Mises que quando falamos em economia ou produtividade, falamos de Ação Humana e essa ação é além das forças alienantes. Se o ser humano não quiser produzir um carro, não há razão dele trabalhar numa montadora de carros, porque sua vontade é soberana diante o fato determinado; além disso, a economia trabalha com o fato estatístico que é um erro, porque o fator ação deveria ser levado a sério, pois, sem a vontade e o desejo humanos, ninguém ganha e tudo se perde. Claro, que existem mecanismos que temos que levar em consideração de dominação da ação humana enquanto tal: somos levados a aprender que um homem deve ter uma família, uma mulher realizada deve ter filhos e com isso, trabalhar para sustentar esses filhos. Podemos até dizer que isso é uma manipulação cultural para colocar o ser humano como “refém” das escolhas que ele próprio faz, mas mesmo se ele estiver alienado – alienar-se e se esquecer do mundo e criar uma realidade que não existe, como os gregos antigos chamavam de “idiotike” – ele faz essas escolhas e aceita as fantasias que colocam na sua cabeça. A Globo coloca uma “arma” na cabeça de cada pessoa em acreditar que o BBB é verdadeiro? Claro que não. As pessoas acreditam porque mentem para si mesmos, mentem para alimentar os seus próprios egos e por isso, não acredito em NADA que me queiram impor ou queira que eu “compre” a ideia. Aí chegamos a ideologia, porque a ideia por trás daquilo que querem passar, foram ideias estudadas para manipular uma certa parcela da população – mesmo o porquê, você não convence todo mundo -  para comprar, para consumir, para comprar até a ideia, que a privatização, por exemplo, é uma venda do patrimônio do país. Mas cadê a nossa parte? Cadê as melhorias da infraestrutura do Brasil graças o dinheiro dessas empresas?

Isso me faz pensar que no Brasil temos ideologias “tunadas”, religiões “tunadas”, até mesmo, moral conservadora “tunada”. A maioria das pessoas sabem muito bem que um carro “tunado” é um carro com peças de outro carro, assim como esses carros, uma ideologia “tunada” é uma ideologia que pegam partes de outras ideologias. Fica claro que a ditadura militar nunca foi totalmente de direita, porque se fosse, não estatizava a maioria das empresas brasileiras da época. Aliás, temos uma cultura que prioriza o ESTADO inchado e não deixa o mesmo ESTADO diminuir, aumentando os juros, achando que com isso, a economia anda. Será mesmo? Os países desenvolvidos têm os juros baixos ou alto? Tem menos impostos ou mais impostos?  Além do mais, tirando ideologicamente o DEM (o antigo PFL), a maioria dos partidos da nossa nação – de tamanho continental – é de cunho da esquerda. Mas, cuidado, nem toda a esquerda é socialista. Esquerda é sinônimo de mudança, se é mudança, não há nenhum governo de esquerda e isso explica como o PT (Partido dos Trabalhadores), quando governou, teve uma outra agenda.


Como pensar fora da “bolha ideológica” que estamos acostumados? Vamos voltar ao algoritmo do Facebook: se postamos sempre as mesmas coisas em todo o momento, vai só aparecer aquilo na sua “timeline”. Mas o que fazer? Mudar o foco todo os dias, porque o algoritmo não pode padronizar um só assunto e eu, como um bom filósofo orgânico (que gosto de tratar assuntos de verdade), sempre vou mudando conforme o que vou lendo e me aprimorando. O perigo, e isso é evidente nas discussões binarias, se discutem pessoas e não se discutem ideias e quando isso acontece, muitas pessoas começam se fechar na sua “bolha ideológica”. Por que devo atacar a pessoa se a ideia da pessoa que está na discussão? Por exemplo, acho que Marx está errado, mas eu não fico chamando ele de “vagabundo”, nunca trabalhou e coisa e tal. Agora, eu posso dizer que o modo de pensar do ser humano independe da classe social que ele está, o que determina uma economia com alto índice de êxito é uma questão da ação humana, a vontade e a produção humana enquanto um ente que pode ter vontade própria. Sem sentimentalismo, sem hipocrisia. 



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