terça-feira, 6 de junho de 2017

O reino do “coitadismo” patológico







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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Eu deixei de nutrir algum prazer de estar numa luta social, quando o povo do segmento das pessoas com deficiência rejeitou meu livro O Caminho, só porque não “endeuso” as causas festivas que arrumam para fazer seus encontrinhos e seus eternos conceitos ala “AACD”. Sim, fazem o REATECH um super encontro de “deficientinho carente” e não enxerga que aquilo deveria mostrar tecnologias que deveriam ajudar as nossas necessidades e não vi em todo Facebook criticas maduras e com embasamento adulto, sobre a feira e só vi fotinha infantil. Só uma crítica muito bem embasada estava embolsando o descontentamento da feira. Isso não é um problema só das pessoas com deficiência e sim, da nossa cultura que não gosta que as pessoas não gostem dele e te olhem com cara feira. Ora, como diz o ditado: “cara feia para mim é fome”.

Minha forma de crítica é a forma filosófica e não do senso comum. Porque ser crítico não é “falar mal” apenas por falar, e sim, um olhar com imparcialidade para todas as coisas e ideias, sejam elas nossas, dos colegas ou de um outro filósofo famoso. Esse olhar imparcial é um olhar para poder avaliar se são verdadeiras ou não as premissas ou os motivos que levaram a um ato, aceitar e sempre estar na nossa “zona de conforte”. Ser um crítico não é ser um sujeito “metido” e sim, uma pessoa que pode ser crítica e seguir as convicções da maioria. Um crítico não diz um “não” só para ser o “diferente”, ser crítico é dizer “sim”, “não” ou “talvez”, sempre com base em argumentos bons e sólidos.  Se critico alguns comportamentos, não é que eu não vou me comportar daquele jeito, mas a minha crítica é no intuito de sair da zona de conforto – que sempre existe para agradar outras pessoas – para ter acima de tudo, uma análise daquele comportamento. Perguntas deveriam ser feitas: o porquê existe a REATECH? O porquê as pessoas doam dinheiro a instituições sem ao menos, perguntar para aqueles que fizeram tratamento lá, se vale mesmo a pena doar? O porquê existe campanhas de respeito as pessoas com deficiências, campanhas de respeito a homossexuais, negros, nordestinos e entre outros? Será que fazendo campanhas de pessoas com deficiência nuas, vai despertar a imagem de pessoas sexuadas?

Existem várias analises que não são feitas e quando são, são feitas de maneira errada. Minha análise tem ferramentas muito importantes e que não deixam cair no senso comum, sempre com analises profundas e coerentes. Minha análise é simples: o objeto filosófico é o básico do cotidiano e fazer as perguntas certas num momento certo, como o “porquê” o meu livro não teve tanto sucesso. Ele foi escrito dentro de uma ótica cotidiana, linguagem fácil, teve todas as formas possíveis e não possíveis de marketing e todos sabem que existe. Daí, talvez, posso chegar à conclusão que ou as pessoas não sabem comprar no site, ou acham o livro muito caro para ser comprado. Mas eu posso perguntar: “bom, todas as livrarias que pesquiso são do mesmo preço. Por que o povo compra aquele que até é mais caro, e o meu não? ”. O método (vem do grego methodós, que quer dizer “caminho”), é uma troca de argumento, uma discussão de ideias e a reflexão desse “porquê” nesse caso. Então, podemos dizer que o site pode ser difícil de comprar, mas houve uma pesquisa em outros sites (como o Amazon e a Saraiva), que é o mesmo processo de compra e o envio. Ora, chegamos a conclusão que é desinteresses ou uma ideia errada do livro: se for desinteresse é uma forma velada que as pessoas com deficiência não podem e não querem ler, que seria chamar e se chamar, de pessoas infantis. Se for uma ideia errada, então, é “burrice” mesmo, porque nem todos os romances são livros românticos, uma prova disso é o romance “Por quem os sinos dobram” do escritor estudanense, Ernest Hemingwa que se trata da guerra civil espanhola. A guerra é romântica?

Podemos analisar dentro da ótica de qualquer coisa assim, de quem votamos, até de quem gostamos. Hoje se fala muito em ser éticos, mas poucos sabem o que é a ética de verdade, como ela funciona e o “porque” ela existe. Mas para votamos em um candidato a presidência da república não basta ter ética e honestidade, tem que mostrar preparo, tem que saber de tudo um pouco. Para doar a uma instituição tem que saber como ela opera, tem que saber o porquê ela opera, e para quem ela opera. Para ir num evento tem que saber o porquê da sua existência, o porque isto é importante para aquela parcela de pessoas que vão ali. Senão, vão achar que essa mesma parcela se conforma com tudo, se acha dona daquilo e vai fazer uma “Disneylândia”. A questão vai muito mais além, porque não é gostar ou não gostar, é saber e não saber o que aquilo significa e o porquê estou fazendo aquilo.


O lema do coitadismo são três: eu não posso, eu não consigo e não me deram.  Essas questões me levam a umas outras questões que estão enraizadas no estereotipo dos deficientes, como sermos eternas crianças e assexuadas. Se você não pode, não consegue e sempre quer que as pessoas te dão as coisas, porque estão querem transar e serem adultos? Não querem aprender, não querem analisar, não querem nada, então sinto muito, a sociedade nunca vai enxerga-los como pessoas. 





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