sábado, 22 de julho de 2017

Vamos falar de inclusão de verdade?




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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Essa semana estava vendo um vídeo do canal “VAI UMA MÃOZINHA,AI? ” da Mariana Torquato e fiquei refletindo sobre o que ela disse. Como agora faço alguns textos na revista Brasting News, meu veio na telha em fazer um para esse vídeo chamado: <ÉTICA E INCLUSÃO: UMA LEI QUE NÃO FUNCIONA>, quem quiser conferir estará linkado no nome do texto. Mas no meu blog eu me sinto mais à-vontade, mesmo o porquê, lá tem algumas regras e tenho que respeita-las. Bom, vamos as ideias.

Não e muito novidade o que a Mariana mostra no vídeo, existem empresários que não querem contratar e só contratam por causa da multa e existe as pessoas acomodadas que não querem nada com nada. Nessa equação quem quer realmente trabalhar, é prejudicado, pois, se existem pessoas com deficiência acomodadas em sua maioria, o governo não vai se esforça em uma fiscalização de verdade. Afinal, para que se deve gastar o dinheiro do contribuinte com fiscalizações sem a menor necessidade? Por outro lado, sem o menor trocadilho, estamos numa era onde a sociedade está deficiente de ética, pois, tanto a ética, quanto a moral exigem o caráter e os costumes. Enquanto o ato ético visa a necessidade de avaliar os seus valores educacionais familiares, o ato moral vai avaliar o ato dos costumes que temos como sociedade. É ético, por exemplo, honrar um relacionamento com outra pessoa sendo fiel a ela por uma questão de caráter. Não andar pelado em uma via pública, é um ato moral, pois, os costumes da nossa sociedade não permitem estamos nus numa via pública.

Aristóteles, que viveu trezentos anos antes de cristo, escreveu que as pessoas felizes são as pessoas éticas. O “ethos” grego heleno, era muito mais do que uma questão de caráter, era quase uma questão espiritual de chegada a “eudaimonia” que era uma espécie de paraíso da consciência. Não à toa, quando somos éticos ficamos com a consciência em paz, quando ficamos fazendo coisas antiéticas ficamos com a consciência pesada. Acontece que quando dizemos que é ético não fazer aquilo, sempre é um ato do indivíduo enquanto aquilo que ele acredita ser certo ou errado, ou seja, um ato sempre sai do caráter de cada um. Enquanto a moral, é um ato que envolve os costumes que uma sociedade abriga, por exemplo, é imoral uma pessoa sair nu no meio da rua porque os nossos costumes não aceitam esse ato. Explicando isso, fica muito mais fácil analisar o que Aristóteles queria dizer e o filósofo prussiano, Immanuel Kant, que viveu, mais ou menos, mil e oitocentos anos depois. Kant vai dizer que não devemos fazer nada que não fosse moral, porque esse mesmo ato, seria copiado nos atos alheios. Como dizem no meio da programação algorítmica, algo como, um loop eterno.

Então, por que o ato do empresário que não contrata pessoas com deficiência é um ato antético e ao mesmo tempo, imoral? Antiético no sentido estético, porque seria mais ético ele contratar a pessoa que tem a capacidade de trabalhar naquele cargo e não se tem ou não alguma deficiência, pois, se o empregador coloca a deficiência acima da capacidade, então, além de ser um capacitismo (preconceito com pessoas com deficiência), ainda mostra os valores que aprendeu em julgar pela aparência. Imoral porque não enxerga que a sua empresa tem sim um valor social – embora os libertários vão ficar nervosos – porque sem as pessoas não há produção, sem as pessoas não há consumidores, sem as pessoas não há lucros e ser egoísta só vai ainda mais, aumentar o prejuízo. E quando você tem um ato de contratar as pessoas pela aparência, seja ela qual for, nós já sabemos como a empresa se comporta com os consumidores.

Em contrapartida, existe sim pessoas com deficiência que se acomodaram e não querem fazer nada, está cheio nas redes sociais e até mesmo, dentro de muitos movimentos. Isso não é novidade nenhuma, porque a mãe colocou na cabeça do sujeito que ele não pode fazer nada, o pai colocou que ele não pode sustentar ninguém por não poder trabalhar. A questão vai muito longe disso, é uma questão dos valores que esses pais receberam quando criança. Vamos imaginar pessoas que sempre foram ensinadas que pessoas produtivas eram pessoas perfeitas, que pessoas com deficiência não serviam para nada e que eram internadas para não “dar trabalho” e aí, num dia, nasce um filho com deficiência. Lembramos que essas pessoas não conviveram e não sabem como proceder, assim, refletem no filho uma imagem de coitadismo e não sabem que ele pode fazer muitas coisas sim. Muitos pais de hoje mudaram a posição, fazem questão que os filhos estudem, fazem questão que seus filhos façam o que desejar. Por que? Porque conviveram com pessoas com deficiência de alguma maneira, ou tiveram muito mais contato com pessoas com deficiência. Mas a culpa não é só da educação, mas do próprio deficiente que se acomoda na situação.

Governos populistas tendem a achar meios para se popularizarem e dar ao povo “regalias” para ele se sentir satisfeito, ele se sentir amparado e gozando de alguma liberdade. Vamos ser sinceros consigo mesmo: quem não quer escolher uma profissão e ganhar um salário digno do que se preocupar em perder um benefício de um salário mínimo? Mas muita gente vai dizer: “ah Amauri, mas nos países estrangeiros também tem esse benefício”. Não, não tem. O que se tem é uma ajuda de custo conforme o que a pessoa gasta enquanto é reabilitada e é um programa fora da previdência, pois, não é uma aposentadoria e sim um dinheiro para a despesas. Em alguns países, as pessoas têm um emprego garantido, as pessoas com deficiência têm até as cadeiras de rodas motorizadas subsidiadas, ou seja, as cadeiras de rodas não têm impostos. E por outro lado, não venham com essa “conversinha” que não existem escolas adaptadas, que não existe emprego porque não estudei que não cola. Eu fiz três cursos, um numa ETEC, outros dois online, quem quer faz.


Portanto, bora agir. 


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