quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Filósofos suicidas, agricultores famintos


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Por Amauri Nolasco Sanches Junior

O nosso povo tem uma ideia inata de sempre fazer com que as outras pessoas pensarem igual ao que eles acham, mas achar é diferente do que ter certeza. Então, quando falamos de filosofia, falamos de meios de buscar a sabedoria dentro do que te incomoda, dentro daquilo que te faz pensar além daquilo que você lê. Reflexões não são confraria. Aliás, você não pode pensar dentro de uma multidão, dentro de uma múltipla reflexão, porque fazer uma reflexão é “dobrar” aquele pensamento mais uma vez. Pois, vem do latim “re” que quer dizer “outra vez, novamente”, mais “flexus” que quer dizer “dobrado, fletido” e veio do verbo latino “flectere” que é “dobrar”. Como muitas pessoas podem dobrar um mesmo pensamento dentro de uma certa perspectiva? Isso não requer nenhum “tour” na história da filosofia, isso requer sensibilidade de perceber que uma reflexão não pode ser “refém” de um diploma.

O que me incomoda nesse momento é essa banalidade que tomamos como ideia filosófica, mas percebo que é só “fuxico” de velhinha da janela de um cortiço qualquer. Como podemos filosofar com “ad hominem”? Como podemos filosofar num meio de uma balada? Claro, podemos fazer uma reflexão sobre a balada e o que abala dentro de uma sociedade, mas nunca poderemos fazer uma reflexão sobre isso, estando numa balada. Sócrates de Atenas, viveu em uma outra época e em uma outra sociedade, não teve diploma, não teve a pretensão nenhuma de querer ter razão. A única coisa que queria mesmo é provar que nada sabia e que os outros que diziam saber, não sabiam também. Acho que isso seria muito básico dentro de uma reflexão filosófica. Mas parece que o professor Paulo Ghiraldelli Jr não percebeu isso, ainda insiste que dentro da filosofia, não existe autodidata que é um erro.

Se o professor Ghiradelli dizer que de Tales De Mileto até Epicteto, existiram filósofos diplomados é uma grande falácia que não pode se dizer digna de um filósofo. Todo mundo sabe que as universidades surgiram graças a igreja romana e isso é fato histórico, nem mesmo, Agostinho de Hipona tem diploma de filosofia, ele era um teólogo, assim como outros que são do mesmo modo. Então, qual é o problema que vem incomodando, o caro professor? Os “filósofos mediáticos”? O professor Olavo de Carvalho junto com o seu filho? Pois, a reflexão que ele coloca dentro do seu último texto é uma reflexão de pura imposição como se não houvesse nada que um sujeito possa fazer para se tornar um filósofo. Ou ele faz uma universidade de filosofia, ou ele não é nenhum filósofo, e sim, um charlatão. Só que de Marcia Tiburi até eu mesmo, temos diploma e não interessa aonde se tirou esse diploma, quem faz o curso é você e não o lugar de onde você faz o curso. Para dizer a verdade, só tirei o diploma para não dizerem que sou um simples autodidata.

Pitágoras de Samos não teve diploma, mas cunhou a expressão “philosophós”, que foi por causa de ter sido chamado de sábio por um nobre da cidade. Ser um amigo do saber não te faz um sábio, porque sabedoria vem de uma transcendência daquele conhecimento, porque antes mesmo do conhecimento, vem a informação. Nesse caso qual seria a informação? Os livros de filosofia de hoje? Os inúmeros textos do professor Pondé e do professor Karnal nos meios de comunicação, que no caso, na Folha Ilustrada ou no Estadão? Dos livros de outros filósofos que estão na mídia ou estão em voga? O caro professor Ghiraldelli deveria fazer uma reflexão sobre a sua reflexão que pelo menos para mim, não faz sentido nenhum. Porque acho que o professor se perdeu em querer refletir aquilo que sabe que não tem nenhuma lógica, pois, não estamos falando de médicos que salvam vidas, não estamos falando de pilotos de avião que tem entre 200 a 500 pessoas na sua tutela. Estamos falando de pessoas que tem o único intuito de refletir como a sociedade pode evoluir, como a sociedade pode sair de uma crise e não, formas de ser ou não um filósofo.

O processo de leitura não te faz um filósofo, o processo de leitura te faz ter uma informação e o interagir dessa informação, depende muito da onde você está. Quando estive em uma universidade, não tive autos momentos de reflexão, só vi pessoas preocupadas em tirar um diploma para ganhar dinheiro ou porque o pai mandou ser alguém. Eu sim, via um certo “gramour” em está numa universidade, ter todo acesso em inúmeros conhecimentos. Eu usava minha carteirinha na biblioteca para pegar inúmeros livros, não só de publicidade, mas de inúmeras matérias que eu via na TV Cultura. Mas a Universidade Paulista (UNIP), infelizmente, só quis saber do dinheiro e não me deu nenhuma bolsa de estudos, mesmo com várias propostas que meu pai e eu fizemos. Mas depois de dois anos, tirei meu diploma em um curso online. Quem diz que sou menos publicitário por causa disso? Quem disse que sou menos técnico de informática por causa de ter tirado meu diploma em uma Escola Técnica Do Estado? Quem disse que sou menos filósofo por ter tirado meu diploma de professor de filosofia, está escrito na explicação do curso, online na Fundação Getúlio Vargas?


Eu acho que um professor não tem nenhuma obrigação de tutelar o aluno, ele deve mostrar o caminho (método) para transmitir e usar o conhecimento. O professor Ghiraldelli parece gostar de tutelar os alunos para não pensarem, para não encontrarem o caminho sozinhos, que há um erro muito grande. Todos os grupos virtuais que eu participei que ele montou, sempre ele achava que deveríamos pensar como ele, achar o que ele acha e por aí vai. O professor nem sabe argumentar, como se fosse o dono da verdade, além claro, do processo que tomou da jornalista só porque disse que desejava que ela seja estuprada. Daí podemos perguntar: isso são atitudes de um filósofo diplomado? 


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