Amauri Nolasco Sanches
Junior
27/08/2017
A vários anos venho escrevendo matérias relacionadas com
pessoas com deficiência dentro do escopo inclusão, porque tendo inclusão, tendo
uma acessibilidade de verdade, não tendo discriminação e um trabalho descente,
sem amarras preconceituosas, todo o resto flui maravilhosamente. Os outros países
conseguiram isso, mais ou menos, bem e tranquilo, mas o Brasil está longe de
ser modernizado e está longe de ser uma pátria que pessoas com deficiência possam
ter uma dignidade. Não temos uma reabilitação de qualidade, não temos uma
acessibilidade que possamos andar na rua e ainda, serviços básicos que deveriam
funcionar, não funcionam. Para quem possamos recorrer quando serviços como
esses que precisamos não existem ou estão precários? A previdência que é o único
recurso que possamos nos prover com um dinheiro nosso, querem além de eliminar,
não exigem um maior empenho na lei de cotas nas empresas. Há até informações que
essa lei, não tem uma fiscalização a pelo menos, uns 5 anos e é verdade, os
governos petistas nada fizeram contra a discriminação do trabalho da pessoa com
deficiência.
Neste domingo mesmo, tentei ligar para o serviço ATENDE (Serviço
de Atendimento Especial), que são vans especiais que a prefeitura de São Paulo
administra, e o telefone não atendeu por está congestionado. Para uma consulta
em qualquer posto de saúde, pessoas com deficiência devem quase suplicar para o
médico ir a sua residência, não querem dar o encaminhamento para conseguir
cadeiras de rodas entre outros aparelhos, não querem encaminhar para serviços
de reabilitação e muitos mais que daria um livro (aliás, escrevi o Tratado sobreo Capacitismo para tratar sobre esse assunto). Para quem poderemos reclamar ou
relatar isso? Nenhum partido, não que eu conheça, tem em seu estatuto uma
clausula para defender pessoas com deficiência. Então, porque não apoiar um
partido que não só vai defender a acessibilidade e inclusão social das pessoas
com deficiência, mas uma ética e valores verdadeiros dentro da política?
Nascido de um sonho de um único cadeirante que se acidentou
em um acidente automobilístico, Luiz Carlos de
Lima (Lee de Lima), no dia 11 de abril de 2014 nas dependências da
Assembleia Legislativa de São Paulo e foi lançado oficialmente. O PAIS (Partido
pela Acessibilidade e Inclusão Social), nasceu de uma necessidade real de um
partido que não só defenderia as pessoas com deficiência, mas valores reais
dentro da política que a muito tempo, foram esquecidos. A ética política é uma ética
fundada por Aristóteles, trezentos anos antes de Jesus Cristo, quando ele diz
que o ser humano é um animal político. Mas o político que ele fala é o “politikon”
que eram os cidadãos livres da polis (eram cidades-estados) que eram, claro,
homens, perfeitos, livres e pertenciam a classe dos “aristos”. Os “aristos”
eram aqueles que se intitulavam os “melhores”, isso não significaria os ricos,
mas aqueles que eram ou se achavam assim, preparados. O que se sabe, é que Aristóteles
pensava que um homem ético era um homem virtuoso e isso só seria possível, se
ele praticasse a ética aprendida. Para mim, a ética praticada acaba sendo a
moral realizada.
Também há um erro muito comum dentro do nosso meio que é achar
que o PAIS é um partido só de pessoas com deficiência e não é verdade, pois, o
partido ganha grande apoio daqueles que transformam teoria em ação social. O partido
quer construir um Brasil moderno sem nenhuma discriminação e desigualdades
sociais, e se baseiam para isso na dignidade a pessoa e na justiça, em uma
liberdade e em uma democracia e na pluralidade partidária. Com um
desenvolvimento econômico-social-sustentável que torne a população da nossa nação
ter uma vida muito mais justa e que as pessoas vivam sempre com dignidade. A igualdade
de oportunidade só se sustenta quando temos meios, quando temos a acessibilidade
e quando temos acesso ao conteúdo daquilo. Mas qual partido que “bate de frente”
em empresas que não tem a capacidade de contratar uma pessoa com deficiência? Qual
o partido que exige que todos façam uma calçada e que todos respeitam as normas
de acessibilidade? Nenhum. Todos estão preocupados em ficar dizendo coisas que não
existem, ideologias que não existem com maior força que existiram, não fazem o
que tem para ser feito sempre com a ética e valores que devem ser preservados.
Mas
que valores temos que preservar? Que valores temos que ter para que isso
ocorra? Valores de respeito e ter certeza, que unindo cada vez mais todos num
objetivo só, poderemos juntos ser muito mais fortes
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