quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ser cético dentro da política e nas redes sociais



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"Sexto Empírico foi um cético grego da escola pirrônica e um médico clínico que viveu provavelmente durante o final do século II d.C" (fonte: Site Crítica do filósofo luso, Desidério Murcho)

Um ceticismo prudente é o primeiro atributo de um bom crítico.
O caso do ex-presidente Lula é um caso claro de ceticismo da política. Para quem não sabe, o ex-presidente foi chamado de ladrão quando num dado momento do seu discurso, começou a dizer que os promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato, são na verdade, “canalhas”. A muito tempo, venho acompanhando essa caravana que está levando o ex-presidente pelo Nordeste e pelo visto, sendo um dos maiores currais eleitorais do PT, a coisa não está sendo tão boa como pensava o partido. Sempre se põe a culpa no juiz Moro, nos promotores sobre a baixa dos eleitores do partido, mas a verdade, é pelas ações muito bem documentadas dentro da mídia e dentro das redes sociais.

Para entender esse fenômeno natural, temos que entender o que é o verdadeiro ceticismo e o porquê ele nasceu. Ser cético não é sinônimo de ateísmo, ser cético é sempre ir muito além de uma mera dúvida, pois, um cético é o que se chama de um “chato”. Ser ateu é não acreditar em nenhuma divindade, porque para ele, não faz nenhum sentido que uma inteligência maior tenha construído toda a realidade possível. Mas, um ateu ao contrário de um cético, ainda coloca a ciência empírica como uma questão de fé e que ela, por ser palpável, também é colocada como a grande salvadora do mundo. No entanto, sabemos que a mesma ciência pode construir a cadeira de rodas no qual estou sentado, como pode fazer várias bombas de hidrogênio (que são muito mais destrutivas do que as bombas de plutônio), que podem destruir milhares de vidas num só ato de loucura. Talvez, a minha visão da ciência é sempre cética do intensão que se faz dela e o porquê as pesquisas desembocam sempre, na área armamentista. Armas dão mais dinheiro, a não cura de doenças dá mais dinheiro, as sondas espaciais dão muito mais prestígios e fazer guerras, como no caso dos Estados Unidos, é muito mais importante do que cuidar das vítimas da fome africana ou até mesmo, dos tornados que devastam seu próprio território. Qual o inimigo maior? O próprio ego.

O ceticismo na verdade, é um sistema filosófico fundado pelo filósofo Pirro de Elis (318 a.C.-272 a.C.), que acompanhou Alexandre Magno em suas expedições pelo mundo até então, conhecido. O ceticismo tem    a base que há uma única afirmação, que o ser humano não é capaz de atingir uma certeza absoluta em saber a realidade ou o conhecimento especifico. Ao contrário do ceticismo está o dogmatismo, que não só é religioso, mas é uma coisa dentro de qualquer questão humana. A ciência pode ser dogmática, por exemplo, em algumas questões. Um cético não é dogmático porque questiona tudo que lhe é apresentado, como eu faço em alguns textos – bem mais do que muitos que se intitulam filósofos – até mesmo, as religiões.

O fenômeno das redes sociais são um fenômeno de senso comum, as pessoas escrevem o que “acham” e quem “acha” nunca tem certeza de nada. A questão dentro da filosofia sobre “certeza” e “nada”, é muito interessante e tem muito a ver com o ceticismo. Embora o filósofo Nietzsche seja chamado de existencialista, para mim, ele na verdade era um cético que questionava tudo e todos, mas não quer dizer que ele era ateu, quer dizer que ele questionava os muitos dogmas. Ele dizia que não há nenhuma “certeza” que tenha algo absoluto, as “certezas” não são absolutas e podem mudar. Por isso, a grosso modo, ele escreveu que “não há fatos eternos e nem verdades absolutas”, porque sempre as “verdades” são “certezas” que muita gente, adora acreditar. Se você acredita, não é uma realidade e sim, uma crença e aí que está o problema de se acreditar e não de se analisar. O “nada” na tradição filosófica não seria a ausência de algo, para nós filósofos, o “nada” pode sim ser questionado se realmente, “o nada existe? ”. O filósofo francês Sartre vai tratar o nada como uma oposição do ser, mesmo assim, seria a existência de algo.  Kant, filósofo do século dezoito, vai dizer que a questão do “nada” é um “pseudoproblema” e não pode ser levado a sério. Para o filósofo Heidegger a questão fica interessante, pois ele pergunta: "por que existe o ser e não o nada?", e então, essa pergunta totalmente metafisica, se torna uma pergunta cosmológica.

O “nunca ter certeza de nada” se torna algo do tipo, como se disséssemos que quando a pessoa “acha” algo, ela não tem parâmetro dentro daquilo para devagar sobre aquilo. Um exemplo simples, é que se eu não assistir a serie Games of Thrones eu não vou poder opinar sobre aquilo, então, fica uma opinião vazia. Muitos blogs de notícias e até sites exageram para exatamente, atrair público e espalhar “mentiras” ou matérias sensacionalistas, aí entra o ceticismo para questionar: o porque esse site está dizendo isso? Será que o homem dessa foto estuprou mesmo? Será que essa criança vai receber dinheiro do Facebook? Temos uma ferramenta ótima que é o Google, só pesquisar para ter certeza. Mas as pessoas são “crentes” demais e acabam se iludindo até acreditarem na realidade que entraram que muitas vezes, não é verdade. Muitas pessoas acreditaram no PT e no ex-presidente Lula, por ter “vendido” um mundo que não existe, “vender” uma realidade que não vai se concretizar porque não existe um “salvador” e sim, devemos fazer cada um a sua parte.

Sempre devemos lembrar que o importante não é a resposta, o importante sempre é a pergunta e a pergunta é: a realidade existe mesmo ou é apenas uma coisa que o povo ensina? Será mesmo que tudo que está na internet é verdade? Então, o que o ex-presidente sofreu é fruto dos inúmeros atos, não só dele e não só do seu partido, ilícitos que fez em nome do poder. Mas para analisar numa crítica lógica, devemos sempre se colocar na dúvida de tudo e de todos.


Quem quiser ver o vídeo, ai está:


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